Livro de óbito dos escravizados de Bom Jesus do Amparo será restaurado

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Por Eduardo Motta, Diário Entre Serras

Bom Jesus do Amparo – O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac) aprovou a restauração do Livro de Óbito dos Escravizados, um dos poucos exemplares, senão o único, que registra a história dos negros enterrados em cemitério dos escravizados. O exemplar é um importante registro da história dos negros no Brasil e deve, depois de restaurado, ser objeto de estudo de historiadores e antropólogos.

A restauração ficará a cargo da restauradora Blanche Thais Porto de Matos, do Atelier Marca D’Água, e a digitalização será feita pelo arquivista Leandro Araújo Nunes. O investimento será de R$ 6.350 e será pago com recursos do Fundo Municipal de Cultura. O prazo para conclusão dos trabalhos é de quatro meses.

“A restauração é de um grau expressivo, o principal problema são as tintas da época que tinham na sua composição o óxido de ferro, que com o tempo corroem o papel que mesmo sendo de qualidade superior aos atuais, pois eram feito de fibra de algodão, sofrem o processo de corrosão natural”, disse Blanche de Matos. “A capa em couro também será outro trabalho para preservar ao máximo sua originalidade, hidratando e tratando o couro e recuperando as partes deterioradas. Além disso, a escrita tem que ser recuperada sem substituir uma palavra”, explicou.

As intervenções de restauração estão nas fases de documentação técnica e estudo da montagem da obra, desmontagem: capa e corpo do livro, limpeza mecânica das folhas.

As fases seguintes serão de: limpeza química: paralisação do processo de infestação fúngica; tratamento químico de atenuação de manchas e paralisação do processo de corrosão da tinta ferrogálica; reconstituição do suporte: complementação de perdas, remendos, reforços nas bordas e planificação; restauração da capa, contracapa e lombada: complementação do couro, consolidação e hidratação do couro. remontagem do livro: nova costura; apresentação estética: reintegração cromática do couro; acondicionamento em caixa confeccionada com cartão neutro forrada com material adequado para sua preservação; digitalização de preservação.

O exemplar raro depois da restauração e da digitalização será inventariado e tombado como Patrimônio Histórico Municipal. O livro original ficará sob a guarda da família de Hortência Motta do Espírito Santo, proprietária da fazenda do Rosário.

A Secretaria de Cultura terá uma cópia digitalizada para preservação, estudo e pesquisa, que poderá ser disponibilizado nos sites da Prefeitura e do Arquivo Público Mineiro.

Clique AQUI para ler a íntegra da reportagem.

[11/8/20]

 

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