Nesta sexta-feira 14/2, o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) recebeu com satisfação a informação de que a Justiça aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais contra as empresas Vale e Tüv Süd, além de 16 funcionários dessas empresas, denunciados criminalmente por haver escondido a real situação de segurança da barragem de Córrego do Feijão, que rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, matando 272 pessoas e causando um dano de gigantescas proporções.
A aceitação da denúncia, além de tornar os responsáveis por esse crime, réus, é também um importante passo para que a justiça seja feita diante de tamanha irresponsabilidade dessas empresas e seus funcionários.
De toda forma, o MAB reitera que o processo criminal, embora importante, não resolve os problemas gerados pelo crime da Vale em Brumadinho. Um ano depois do rompimento da barragem, as populações ao longo da bacia do rio Paraopeba segue a espera da homologação judicial das assessorias técnicas, fundamentais para o planejamento das soluções aos diversos problemas causados pela tragédia.
Os atingidos exigem também o pagamento integral do auxílio emergencial a todos os atingidos e atingidas da bacia do rio Paraopeba, e a continuidade dos trabalhos de busca dos 11 corpos que continuam sob a lama de rejeito, até que a última vítima seja encontrada.
Como lição, o MAB espera que os crimes da Vale em Brumadinho e Mariana jamais voltem a se repetir. Para isso, defende a aprovação da Política Nacional dos Atingidos por Barragens, aprovada pela Câmara dos Deputados e em trâmite no Senado Federal, o que permitirá um maior controle, fiscalização, além de instrumentos legais que garantam a integridade das populações atingidas. Seguiremos em luta, sem descanso, para que a justiça prevaleça.
(Publicado pelo MAB. Foto: presidente da Vale em coletiva de imprensa. Crédito da foto: Valter Campanato – Agência Brasil. )
[17/2/20]