Sindicato repudia agressão a equipe da EPTV em Varginha

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais manifesta seu repúdio à agressão e às ameaças sofridas pela equipe da EPTV de Varginha nesta sexta-feira 4/8 e espera que as autoridades tomem as providências legais para coibir a repetição de fatos como esse. O comportamento do vereador Maquinho da Cooperativa (PRB), daquele município do Sul do estado, é um ataque ao livre exercício profissional dos jornalistas e uma afronta ao direito da sociedade ser informada. É inaceitável que um bandido travestido de parlamentar, com passagens pela polícia, use do seu mandato de vereador para agredir a imprensa.

A agressão aconteceu por volta das 7h30 da manhã. A repórter Andreia Marques e o cinegrafista Tarciso Silva faziam uma reportagem sobre o novo aterro sanitário da Copasa em Varginha, quando foram abordados pelo vereador Marco Antônio de Souza, conhecido como Marquinho da Cooperativa. O vereador cercou o carro de reportagem com o carro dele, impediu a entrada da equipe de TV no centro de triagem, antigo lixão da cidade, ameaçou a repórter e deu um chute no cinegrafista. A agressão foi documentada em vídeo levada ao ar pela emissora.

“Você sabe com quem está falando?”, perguntou agressivamente à repórter o vereador Marquinho da Cooperativa. “Aqui, nós já matou uns três”, ameaçou. “Eu sou homem, tem mulher pra conversar com você”, continuou, insinuando que as mulheres presentes ali se encarregariam de bater na repórter. Em seguida, ele avançou sobre o cinegrafista e o atingiu com um chute. Derrubou também o tripé da câmara, mas as imagens e os sons continuaram sendo gravados. Diante da advertência do cinegrafista de que o equipamento poderia estragar e custa caro, o vereador respondeu que não tinha importância: “A Câmara paga”, disse.

O vereador incitou os catadores a agredir a equipe de reportagem, mas felizmente não teve sucesso. “Se tivesse alguém mais violento ali, nós podíamos ter sido linchados”, avalia Andreia Marques, que está há dois anos na emissora e nunca tinha passado por situação semelhante, nem conhecia o vereador.

Mais tarde, o vereador pediu desculpas, mas recusou gravar entrevista para a emissora.

Andreia e Tarciso apresentaram queixa na delegacia de polícia. Na próxima segunda-feira, o cinegrafista se submeterá a exame de corpo de delito. A Câmara Municipal não se manifestou, apesar de ter conhecimento da agressão. Telespectadores e moradores expressaram solidariedade aos jornalistas, assim como colegas de profissão e veículos da região.

O Sindicato espera que a denúncia seja investigada – inclusive a confissão do agressor de já haver matado três pessoas – e que ele seja punido, dentro da lei. Espera também que o partido do vereador se posicione em defesa da liberdade de imprensa, neste momento em que a confiança da população nos políticos está tão abalada no país.

O Sindicato manifesta sua solidariedade aos profissionais agredidos e apela a todos os jornalistas para se posicionem com firmeza, como fizeram Andreia e Tarciso, denunciando todo tipo de intimidação. Não podemos nos calar.

Basta de violência contra jornalistas!

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

[4/8/17]

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