Defesa de Márcio Fagundes diz que MP não apresentou provas

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Do jornal O Tempo.

A assessoria da defesa do jornalista Márcio Fagundes, ex-superintendente de Comunicação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, preso desde o dia 18 de abril, após a operação Sordidum Publicae, divulgou nota contestando a argumentação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que pede a prisão preventiva de Fagundes.

De acordo com o texto, assinado pelos jornalistas Orion Teixeira e José Aparecido Ribeiro, a nota serve para “evitar prejulgamento e condenação antecipada de um profissional que pautou sua trajetória de 45 anos pela ética, pela correção e pelos bons serviços prestados à sociedade e ao jornalismo mineiros”.

Segundo a nota, o Ministério Público ainda não apresentou provas que justificassem as acusações, suspeitas e “muito menos a cruel prisão preventiva”. “Até porque, como informou o próprio Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Márcio ‘já tinha prestado depoimento no processo’, o que esvazia e anula o argumento da prisão, segundo o qual não teria colaborado”.

Em um trecho da denúncia apresentada pelo MPMG e que pede a prisão preventiva de Fagundes, os investigadores colocam o ex-superintendente da Câmara como um dos responsáveis por um esquema de corrupção que teria desviado recursos públicos da Câmara de BH.

“Márcio Fagundes, no exercício de seu elevado cargo de superintendente, agindo em concurso e unidade de desígnios com a empresa MC.COM, direcionava indevidamente a subcontratação de materiais de comunicação para unidades ligadas ao próprio grupo criminoso”, mostra o texto da denúncia obtida por O Tempo.

Em outra parte, a denúncia do MPMG afirma que Fagundes, em conjunto com o então presidente da Câmara, Wellington Magalhães, e com o empresário Marcus Vinícius, da MC.COM, agiu “de modo orquestrado para fraudar o processo licitatório” que contratou a empresa de publicidade.

No texto divulgado pela defesa de Fagundes, os trechos são rebatidos pelos jornalistas. “Encarcerar alguém por ter assinado documentos, como ele fez, e afirmar que ele não quis colaborar com as investigações, consideramos um absurdo inaceitável. Márcio tem bons antecedentes, endereço fixo, história irretocável, referências, vida simples, quase franciscana, sem nenhuma ostentação”.

Negativa

Prisão. O desembargador Flávio Leite, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), negou, em 24 de abril, o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Márcio Fagundes.

Posicionamento

“Dizer que Fagundes foi um dos responsáveis por ter montado uma comissão de licitação e que ela foi criada para permitir que o processo licitatório fraudado com a Feeling avançasse sem problemas é uma associação leviana, maldosa e de presunção de culpa sem provas. Porque, como superintendente de Comunicação, era obrigação dele, sim, montar a comissão de licitação e até indicar pessoas que considerava íntegras para compor o colegiado. Agora, afirmar que ela foi criada para a fraude é uma dedução forçada, distorcida e, novamente, sem provas.”

Defesa de Márcio Fagundes.

(Foto: jornal O Tempo, sem crédito de autor.)

 

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[15/5/18]

 

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