Depois de uma reunião de mais de três horas na Cidade Administrativa entre representantes do governo de Minas Gerais e dos sindicatos dos jornalistas, radialistas e servidores públicos, o Executivo manteve a decisão de retirar o reajuste de 4,57% nos salários dos funcionários da Rádio Inconfidência.
Previsto na Convenção Coletiva dos Trabalhadores (CCT) da categoria, assinada em junho deste ano, o aumento foi pago aos empregados na folha salarial de agosto – com depósito no início de setembro. No entanto, o aumento não só foi cancelado na folha que será paga este mês, como os trabalhadores terão que devolver o valor recebido correspondente ao retroativo à data-base, vencida em abril.
Embora a Câmara de Orçamento e Finanças (COF) tenha autorizado o pagamento do reajuste salarial em julho deste ano, por meio de uma resolução assinada em 9 de agosto de 2017, no último dia 18 o mesmo grupo encaminhou nova resolução à direção da Rádio Inconfidência, retirando o benefício e ainda determinando a devolução do dinheiro já pago aos trabalhadores, dividido em oito parcelas mensais.
No entanto, a COF mudou de posicionamento e decidiu que o aumento só poderá ser pago diante de um acordo coletivo que não conste o abono de R$ 2 mil previsto na CCT e que não foi pago. Foi pago apenas a reposição do INPC e o aumento do ticket de R$ 15 para R$ 20, que não consta na CCT. Os demais servidores já tiveram o ticket reajustado desde julho. Essa correção já foi cortada e auxílio alimentação já retroagiu aos valores anteriores ao reajuste.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e o Sindicato dos Radialistas exigiram o cumprimento da CCT e a manutenção do reajuste já concedido. Os sindicatos esperam que o governo reveja sua posição arbitrária, desrespeitosa com os trabalhadores. Nunca antes na história governos concederam aumento e retiraram no mês seguinte.
Uma assembleia com os funcionários da rádio está marcada para esta quinta-feira (5) às 13h30, quando será discutida a possibilidade de uma greve da categoria até que a questão seja resolvida.
[4/10/17]