Sindicato repudia divulgação de conversa do jornalista Reinaldo Azevedo

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais vem a público repudiar a divulgação pela Procuradoria Geral da República de uma conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, e Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves. O telefone de Andrea estava grampeado e o telefonema foi gravado. Andrea era fonte do jornalista.

Este é mais uma sinal do estado de exceção em que vive o Brasil. Trata-se de um jornalista grampeado no exercício da sua profissão que teve uma conversa privada tornada pública por uma das mais altas autoridades da República.

Como diz acertadamente o jornalista, ele não é investigado, a conversa não tem relação com a investigação e – o mais grave – sua divulgação serve apenas para intimidar jornalistas.

Há dois meses, o blogueiro Eduardo Guimarães teve equipamentos apreendidos e foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para revelar fonte de notícia que publicou.

Há pouco mais de um ano a divulgação de uma conversa privada e ilegal entre a então presidenta Dilma e o ex-presidente Lula deflagrou o golpe cujas consequências hoje todos os brasileiros sentem.

O Brasil não sairá da tenebrosa crise em que se encontra sem retomar o caminho do respeito à Constituição, rompido com o golpe. Acima das autoridades está a Constituição, que no seu primeiro artigo estabelece que todo o poder vem do povo.

É dever de todos os jornalistas defender o livre exercício da profissão, o sigilo de fontes, a liberdade e a democracia.

 

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