Entidades e centrais sindicais já se preparam para prosseguir no combate ao projeto de lei da terceirização (PL 4330/04). A Câmara dos Deputados concluiu a votação da matéria na quarta-feira (22), com a aprovação, por 230 votos a 203, de uma emenda que permite a terceirização das atividades-fim das empresas do setor privado. O PL terá que passar também pelo Senado. Novas manifestações contra o projeto ocorrerão no dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
No dia 15 de abril, Centrais sindicais e movimentos sociais realizaram paralisações e protestos em todo o país, reunindo milhares de manifestantes e fazendo com que a votação na Câmara dos Deputados fosse adiada. Já na quarta-feira (22), em diversos aeroportos manifestantes buscaram convencer os parlamentares que se dirigiam a Brasília para votarem contra o projeto. No Distrito Federal, sindicalistas que protestavam foram novamente impedidos de entrar na Câmara dos Deputados.
“A luta não acaba com a votação na Câmara. Nós estaremos na rua e teremos um 1º de maio de luta. Vamos ampliar as mobilizações, fazer novos dias de paralisações e, se necessário, uma greve geral para barrar esse ataque nefasto e criminoso aos direitos da classe trabalhadora brasileira”, declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Centrais sindicais e movimentos sociais prometem ampliar a mobilização contra o PL das terceirizações (PL 4.330), contra a corrupção e em defesa da reforma política, do fim do financiamento privado de campanhas e pela taxação de grandes fortunas.
Terceirização aumenta a precarização
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indica que o Brasil tinha, em 2013, 12,7 milhões de trabalhadores terceirizados, correspondentes a 26,8% do mercado formal de trabalho naquele ano.
Esse estudo, feito em parceria com a Central Única de Trabalhadores (CUT), indica ainda que o trabalhador terceirizado tem maior rotatividade no mercado, permanecendo 2,6 anos a menos no emprego que o trabalhador contratado diretamente, além de uma jornada de 3 horas semanais a mais e recebe, em média, salários 24,7% menores.
Ato em SP relembrará apoio da Globo à ditadura
Em São Paulo, no dia 26 de abril, um ato reunirá militantes a partir das 15h, na Praça General Gentil Falcão, ao lado da estação Berrini da CPTM, na zona sul da capital. A atividade compõe a Jornada de Luta da Juventude e é uma das principais ações dos movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação. O movimento se contrapõe às comemorações dos 50 anos da Rede Globo.
Sob o lema “Democracia, a gente não vê por aqui”, a mobilização destacará o apoio da Globo ao golpe de 1964 e à ditadura militar brasileira, a fraude constitucional para construção de um dos maiores monopólios de comunicação do mundo e parcialidade e a manipulação da informação.
(Publicado originalmente no portal da Fenaj.)