Produção de notícias para internet exige profissionais criativos e empreendedores

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Por Adriana Borges, jornalista, blogueira e produtora cultural.

As jornalistas Pollyana Ferrari Teixeira e Patricia Giudice discutiram no sábado, dia 30 de abril, as mudanças e impactos trazidos pelas novas tecnologias de comunicação na mesa redonda “A assessoria de comunicação e o dinamismo da internet”, durante a programação do XIV Congresso dos Jornalistas de Minas Gerais. O ponto em comum a ambas exposições foram as grandes transformações que a internet está trazendo para o jornalismo, afetando tanto as empresas e o mercado consumidor quanto o profissional e as formas de produção da notícia.

“A grande imprensa está morrendo, mas o jornalismo continua sendo uma necessidade cada vez mais viva. Precisamos inovar e criar novas formas de comunicação, aproveitamento todo o potencial da rede. O momento é de lutar sim, mas também de criar e empreender”, afirmou Pollyana Ferrari, que é também pesquisadora em comunicação digital e professora de hipermídia e narrativas transmídias da PUC-SP.

Para ela, a mudança pela qual passa o mercado de jornalismo é definitiva e os meios tradicionais estão perdendo espaço, prestígio, audiência e relevância. “As pessoas acordam de manhã e já leem as primeiras notícias do dia pelo celular. Cada vez mais nos informamos pela internet, porque há uma diversidade maior de canais de notícias, sites e blogs especializados, que acessamos principalmente via Facebook. A comunicação deixou de ser de massa e a tendência é a cada dia mais a segmentação. Há um mercado digital novo, cheio de possibilidades e com baixo custo de produção para o jornalista”, avaliou.

Desafios

Especialista em Comunicação e Saúde e assessora de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Patrícia Giudice afirmou que o profissional que trabalha em assessoria de imprensa e comunicação pública também sente este impacto da internet no trabalho do dia-a-dia. “Precisamos estar cada vez mais conectados em todas as redes sociais, aproveitar os novos espaços de interação e produzir informação de relevância para todo o público. Nosso maior desafio é disseminar informação de interesse público com responsabilidade e dinamismo, acompanhando todas as mudanças que a internet exige”, disse.

Durante o debate com a platéia, a ideia de empreender foi vista como oportunidade para muitos, mas também como um desafio para a categoria, principalmente para aqueles que trabalharam durante uma vida toda em veículos de comunicação, com carteira assinada e protegido pela CLT. O entendimento foi de que a luta em defesa dos direitos trabalhistas continua imprescindível e prioritária, mas que o Sindicato deve também apoiar os jornalistas empreendedores.

“A nossa posição deve continuar ser de defesa de direitos, melhorias e garantias profissionais, mas não podemos deixar de olhar e nos lançar nesse novo mercado digital, que exige criatividade, iniciativa e união dos profissionais”, disse Ferrari. “É preciso ocupar esse espaço que está se abrindo e nós estamos tendo a chance de fazer isso agora. Por que não criamos novos veículos, com novas linguagens e abordagens? Nós somos produtores de conteúdo bem preparados e temos capacidade de fazer algo melhor ao que já existe”, finalizou.

 

Foto: Patrícia Giudice, o mediador Eduardo Motta e Pollyana Ferrari durante o debate. (Crédito da foto: Alexandre Carvalho.)

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