A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) vêm a público manifestar seu repúdio às violências verbais e ameaças praticadas por policiais militares e civis e por bombeiros contra uma equipe da Rede Globo, durante manifestação das categorias na tarde de hoje, segunda-feira, 21, em Belo Horizonte.
As entidades prestam solidariedade ao jornalista e ao repórter cinematográfico, que tentavam cobrir a manifestação quando foram ofendidos, ameaçados e perseguidos, até serem expulsos por um grupo de manifestantes. É necessário que as autoridades tomem providências para garantir a liberdade de imprensa.
O cerceamento ao trabalho de equipes jornalísticas, bem como as agressões a trabalhadores da notícia, aumentaram exponencialmente nos últimos anos, principalmente com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência, em 2018. Propagador de notícias falsas, o presidente busca não só desqualificar o trabalho da imprensa, como também ofende verbalmente jornalistas e incentiva agressões contra a categoria.
O Relatório Anual da Fenaj que mede o índice de violência contra jornalistas e contra a liberdade da imprensa no Brasil aponta que, em 2021, Bolsonaro seguiu como o maior responsável por ataques, com 147 casos (34,19% do total), sendo 129 episódios de descredibilização da imprensa (98,47% da categoria) e 18 de agressões verbais a jornalistas.
Cabe ressaltar que a reivindicação por reposição salarial é um direito de todos os trabalhadores, sejam da segurança pública, da educação, da imprensa, da saúde. E é papel do jornalismo apurar e noticiar tais manifestações, para informar a sociedade.
Assim, não é surpresa que justo no protesto de policiais e bombeiros, categorias que compõem boa parte do eleitorado de Bolsonaro, a violência contra jornalistas seja reproduzida, como sempre ocorreu em manifestações favoráveis ao presidente. E a maior contradição está no fato de tais categorias apoiarem um presidente e um governador, Romeu Zema (Novo), que mais retiraram direitos da classe trabalhadora. O governador de MG, por exemplo, não paga o piso salarial dos professores do Estado.
O SJPMG e a Fenaj reforçam que não se calarão diante das violências e restrições ao trabalho da imprensa, pois elas configuram uma das mais sérias ameaças à democracia. Jornalistas de Minas e do Brasil exigem respeito ao seu trabalho, à Constituição, à liberdade de imprensa e ao livre exercício profissional dos jornalistas.