E daqui do sofá amarelo, sigo meu cotidiano de idas e vindas rodeado em minha volta, sinfonia de pardais, de barulhentas maritacas, imponentes tucanos e de uma vida interiorana que neste mês de março, entre o aniversário da Regina e do Galo Carijó, me senti verdadeiramente dentro de um clássico, daquele raiz entre Galo x Raposa, Fla x Flu, Boca x River, Grenal, e tantos outros que são aguardados anualmente por atletas, torcedores, dirigentes e a imprensa.
Meus pensamentos tomam formas, já que cobri tantos em minha vida, com atuações memoráveis de Reinaldo, Éder, Cerezo, Dadá, Tostão, Joãozinho, Alex, Ronaldo Dentuço e tantos outros que escreveram a história nos gramados, mas que pra este velho espanhol havia perdido o brilho por viver diariamente o exaustivo trabalho do jornalista.
Seguia minha rotina e não alterava muito meus afazeres, pois se tornou apenas um jogo para a classificação do campeonato, diferente do meu trio, formado por Leonardo, Bruno e Gustavo que ainda vivem intensamente cada segundo do grande clássico mineiro.
Mas o assunto é a vacina, que assim como o clássico, também havia deixado de ser algo fora do comum e se tornado um dia de jogo normal na redação do jornal. Para as crianças, crescendo, cada vacina era uma vitória com o time da ciência jogando bem e deixando derrotado a doença que afligia.
Como um videotape que dentro de mim retrata a história dos clássicos, daqui do sofá amarelo percebo que esta viagem dentro de mim foi tão linda, que trouxe de volta os bons tempos de aglomeração do velho Indenpa, do Mineirão raiz e de tantas outras histórias e estórias.
Porém, o sentimento do grande clássico que havia se tornado comum, retorna como nos bons tempos de torcedor de arquibancada, com cerveja no copo de papelão, ao lado do Léo, Bruno, Gu e depois os netos Bruna, André, Mateus e Lucas.
É fascinante reviver um clássico!