As atividades do 8 de março não param e as mulheres jornalistas têm dado o tom dos debates do Dia Internacional da Mulher.
Na segunda (8/3), os sindicatos das jornalistas em todo o Brasil e a Federação Nacional das Jornalistas (FENAJ) divulgaram notas e cards em alusão à data e, principalmente, denunciando as violências sofridas cotidianamente pelas jornalistas mulheres.
Em nota, a FENAJ destacou a pesquisa realizada pela Comissão Nacional de Mulheres “Mães Jornalistas e o contexto da pandemia”, que apontou que as mães jornalistas são mulheres esgotadas pela sobrecarga de trabalho.
“Respondido por 629 profissionais jornalistas de todos os estados do Brasil, o mapeamento demonstrou que, ainda que compartilhem cuidados, essas mulheres são sobrecarregadas com cuidados com filhos e outros membros da família, alimentação e casa, ao mesmo tempo que precisam conciliar o trabalho home office ou presencial”, diz trecho do documento.
Outro dado que ganhou repercussão é que dos 428 casos de violência contra jornalistas, quase metade foram protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro. E desse total, 44,66% foram contra mulheres jornalistas. “Todos os ataques, verbais e virtuais, tiveram caráter machista, misógino e com conotação literalmente sexual”, diz outro trecho.
SJPMG lança vídeo compilado e convida para coletivo de mulheres jornalistas
O Sindicato das Jornalistas de Minas também promoveu diversas ações virtuais e presenciais. Camisetas e lambes com a marca “Lute como uma jornalista”, que mistura o símbolo do feminismo, do jornalismo e o tradicional logotipo do Sindicato, foram produzidos. Os lambes estão espalhados pela região central de BH desde sexta-feira (5/3) e as camisetas estão em fase de finalização e começarão a ser vendidas em breve.
Os lambes também ganharam uma versão digital projetada, numa ação articulada entre o Sindicato, o Coletivo Alvorada e o Projetemos, que projetaram as artes digitalmente em um prédio da Região Central de BH.
No decorrer do dia, as diretoras do Sindicato produziram e protagonizaram vídeos-denúncia relatando assédios que sofreram ao longo dos anos no seu trabalho. Os casos reforçam que o machismo e a violência contra as mulheres precisam ser enfrentados cotidianamente. A coletânea desse material pode ser vista no player abaixo.
Por iniciativa também das diretoras do Sindicato, foi lançada uma pesquisa para conhecer e aproximar as jornalistas mineiras. “Vamos aproveitar esse momento para juntar todas as jornalistas mineiras em um grupo, para que possamos nos manter conectadas nesse período difícil, e planejar ações durante todo o ano. O sindicato mineiro pela primeira vez tem muitas mulheres compondo a diretoria, somos dez, e temos uma presidenta”, ressaltou a diretora Joana Suarez.
Acesse o link abaixo para preencher o formulário de interesse nesse coletivo das jornalistas e enviar sugestões!
https://forms.gle/psA8GiAxQumMPWBd7
Live hoje às 19h debate Mulheres e o Sindicalismo
Para dar continuidade às atividades do março das mulheres, a presidenta do SJPMG, Alessandra Mello, é uma das convidadas da live “Mulheres e Sindicalismo”, que ocorre hoje (9/3) nas redes sociais de Sindicatos e da FENAJ, a partir das 19h.
Organizado pelo Sindicato das Jornalistas do Rio Grande do Sul e pela Federação, o debate será comandado pelas mulheres: terá a presença da presidenta do Sindjors, Vera Daisy Barcellos; de Maria José Braga – Presidenta da FENAJ; Beth Costa – Secretária geral da FENAJ e ex-diretora FIJ; Samira Castro – Representante da Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ; Alessandra Bonfim Bacelar – Presidenta do Sindjorto (Tocantins); Alessandra Mello – Presidenta SJPMG (Minas Gerais); Adriana Maria Silva da Cruz – Presidenta do Sinjoper (Roraima); Marian Isabella Trigueiros – Secretária de Cultura e Eventos do Sindijor (Norte do Paraná) e Renata Maffezolli – Representante do SJPDF na Comissão Nacional de Mulheres (Distrito Federal).
“Culturalmente formado por homens, o movimento sindical vem, de forma ainda tímida, modificando seu ambiente. Hoje, temos seis mulheres à frente das entidades representativas de jornalistas, em todo o país. É pouco, mas é significativo”, afirmou Carla Seabra em texto divulgado no site da FENAJ.
Um estudo de 2012, da Universidade Federal de Santa Catarina – “Perfil do Jornalista Brasileiro” – aponta que “os jornalistas brasileiros são uma categoria profissional predominantemente feminina, jovem e branca, com 64% de mulheres e 36% de homens”.
Coloque na sua agenda: hoje, às 19h, no nosso Facebook!
[9/3/2021]