O jornalista Kennedy Matos, 30 anos, de Itueta, cidade do Vale do Rio Doce com cerca de 7 mil habitantes, informou ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais estar sendo ameaçado de morte por causa de reportagens policiais sobre apreensão de drogas e armas na região. O jornalista procurou a Polícia Militar e registrou um boletim de ocorrência. Desde então, está sendo monitorado pela corporação. Kennedy tem desde 2016 um jornal especializado em cobertura policial.
Segundo ele, no sábado um homem avisou à família que dois motoqueiros estavam procurando por ele na cidade para matá-lo e que ele deveria ficar atento e parar de noticiar apreensões de armas e drogas pela PM para garantir sua segurança e da família. Imagens de câmeras de segurança mostraram dois homens indo e voltando de moto na rua da sua casa na madrugada de sábado.
Ele acredita que as ameaças que vem recebendo estão relac ionadas com reportagens sobre apreensão de drogas e armas no Subaco da Cobra e no Morro da Peroba, localizados no distrito de Quatituba. Na semana passada, a PM apreendeu no distrito 500 pedras de crack, 300 buchas de maconha e uma pistola 9 milimetros. Em outubro uma escopeta calibre 32 também foi apreendida durante uma operação policial.
O SJPMG vai informar ao Ministério Público o corrido e pedir que o caso seja acompanhado. O sindicato manifesta solidariedade a Kennedy e repudia a onda crescente de violência contra jornalistas Brasil afora. As agressões estão deixando o mundo virtual e, infelizmente, virando realidade graças à impunidade. Este ano, dois jornalistas mineiros foram agredidos durante a realização de reportagens no interior do estado, um em Barbacena e outro em Prata. Em Barbacena, o repórter teve que ser levado ao hospital, aonde foi constatada uma fratura decorrente da agressão. Em Prata, o repórter levou uma gravata e só não se machucou porque outro jornalista conteve o agressor.
[30/11/20]