O jornalista e escritor Fabrício Marques lança neste sábado 26/9, às 11h, na Livraria Scriptum (Rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi), o livro “Uma Cidade se Inventa – Belo Horizonte na Visão de Seus Escritores”. O livro, de 352 páginas e ilustrado com 70 belíssimas fotografias em preto e branco de João Marcos Rosa, mostra também interessantes relações entre a literatura e o jornalismo na capital mineira. A obra começou a nascer numa série de reportagens feitas pelo autor para o caderno Magazine do jornal O Tempo, em 2006.
“O livro é um perfil da cidade pelo olhar dos escritores: romancistas, contistas, cronistas e poetas”, disse Fabrício em entrevista. Ele contou que a partir da série do O Tempo quis entender como os escritores definem a cidade. Encontrou depoimentos críticos em todas as gerações, desde a inauguração da cidade, crítica que se tornou mais feroz na geração de escritores contemporâneos. “Eles põem no dedo na ferida dos problemas sociais”, explicou, acrescentando que o livro serve também como informação sobres esses novos autores, menos famosos.
Jornalismo e literatura
Fabrício observou que as relações entre o jornalismo e a literatura em Belo Horizonte são fortíssimas. “A literatura está em diálogo constante com o jornalismo”, disse. Essas relações ficam patentes nos próprios nomes e livros de destaque das quatro gerações abordadas pelo autor. Uma obra que serviu de referência para ele foi “O desatino da rapaziada”, do jornalista e escritor Humberto Werneck.
A primeira geração tratada no livro é a modernista, de Carlos Drummond de Andrade, que legou o romance “O Amanuense Belmiro”, de Cyro dos Anjos. A segunda é a geração de Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, que tem em “O Encontro Marcado” seu livro mais célebre. Em seguida veio a geração Suplemento, que teve, entre outros, Luiz Vilela, autor de “Os Novos”. A última geração se destaca na década de 1990 e tem entre seus expoentes Sérgio Fantini, na prosa, e Ricardo Aleixo, na poesia.
“Uma Cidade se Inventa” contém mapas com roteiros dos locais frequentados pelos escritores. “Vários escritores acabam falando dos mesmos lugares, desde o início da cidade até hoje: a Lagoinha, a Savassi, a Guaicurus, a Pampulha, a Praça Sete, o Maletta e a Rua da Bahia, além do Centro da Cidade”, disse Fabrício. Uma curiosidade é que alguns locais desaparecem da literatura com o fechamento dos jornais nos quais trabalhavam escritores.
Autor de três livros de poesia publicados, o último deles, “A Fera Incompletude”, em 2011, Fabrício pesquisou e escreveu “Uma Cidade se Inventa” durante nove anos, paralelamente ao seu trabalho como jornalista e professor. Atualmente, ele trabalha na Assembleia Legislativa.
SERVIÇO
Lançamento do livro “Uma Cidade se Inventa – Belo Horizonte na Visão de Seus Escritores”
Data: 26/9, sábado
Horário: a partir das 11h
Local: Livraria Scriptum – Rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi
Foto: Fabrício Marques fotografado por João Marcos Rosa.