Gazeta do Povo contraria funcionários e convicções que diz defender para manter Rodrigo Constantino

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Por Rafael Moro Martins, The Intercept Brasil

Pressionada por uma carta assinada por mais de 120 funcionários, os diretores do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), dono da Gazeta do Povo, convocaram reunião online nesta sexta-feira 6/11 para avisar que irão manter Rodrigo Constantino entre os comentaristas do jornal online por entender que “os esclarecimentos fornecidos pelo colunista foram suficientemente satisfatórios para que não seja necessário tomar nenhuma medida mais drástica”.

Esta semana, Constantino disse que, caso sua filha alegasse ter sido estuprada mas tivesse bebido antes de ser violentada, ele a colocaria de castigo. O comentário, feito após a repercussão do caso Mariana Ferrer, causou a demissão dele da reacionária rádio Jovem Pan, da TV Record, alinhada ao bolsonarismo, da rádio Guaíba e do jornal Correio do Povo, ambos do Rio Grande do Sul.

Na carta, jornalistas e outras funcionários apontam a contradição entre manter Constantino e os valores morais conservadores que o jornal diz serem suas “convicções”.

Na reunião, Guilherme Doring Cunha Pereira e Ana Amélia Filizola, irmãos e donos do jornal, foram confrontados com perguntas e comentários dos funcionários – vários deles ocultando os nomes, pelo óbvio temor de retaliações. A todos, responderam com evasivas e reafirmaram confiar na “capacidade de discernimento de Constantino” e a decisão de “dar a ele um voto de confiança”. Além disso, falaram no desejo de “não participar de um linchamento”.

Além de publicar a Gazeta do Povo, o GRPCom é dono das afiliadas da TV Globo no Paraná, de um jornal impresso e de emissoras de rádio em Curitiba. Além do jornal da família Cunha Pereira, Constantino também será comentarista do portal Terça Livre, conhecido por espalhar mentiras e teorias da conspiração de extrema direita.

Clique AQUI para ler a íntegra no The Intercept Brasil.

(Imagem: The Intercept / Jovem Pan.)

Conteúdo relacionado: Como a Gazeta do Povo, do Paraná, deu uma guinada à direita e virou porta-voz do Brasil de Bolsonaro.

 

[6/11/20]

 

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