Jornalistas servidores públicos serão afetados pela reforma da previdência do governador Zema

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Milhares de servidores públicos estaduais de Minas Gerais manifestaram-se nesta quarta-feira 8/7 contra o projeto de reforma da previdência do governador Romeu Zema. O projeto, que está em tramitação acelerada na Assembleia Legislativa, aumenta as alíquotas de contribuição, inclusive para inativos, e a idade de aposentadoria.

A estimativa é que cerca de 6 mil jornalistas e outros comunicadores serão afetados.

O governador tentou embutir no projeto uma reforma administrativa e uma reforma sindical, que tiravam mais direitos dos servidores, mas o projeto foi fatiado e só a reforma da previdência está sendo analisada pelos deputados (foto).

“É muita falta de sensatez do governador fazer uma reforma da previdência que mexe com a vida de todos os servidores em plena pandemia e sem debater com os sindicatos, sem ouvir os servidores”, criticou o diretor do Sindpúblicos Ronaldo Machado.

Para tentar sensibilizar os deputados, milhares de servidores deixaram o isolamento social e fizeram uma caminhada e uma concentração diante da Assembleia, usando máscaras e distanciamento.

“O estado tem outros mecanismos para resolver suas dificuldades financeiras que não penalizem os trabalhadores por uma situação que não foi criada por eles”, disse a jornalista Brenda Marques, diretora do SJPMG e servidora da Rede Minas de Televisão.

Os servidores estaduais estão sem reajuste salarial há cinco anos e ficarão mais três, porque a Lei Complementar 173 proibiu reajustes em 2020, 2021 e 2022. Com o aumento da alíquota da previdência, os salários, na prática, serão reduzidos.

“Na verdade, vai haver um confisco”, denunciou Ronaldo.

Servidores da Rede Minas, por exemplo, que entraram na emissora pública por concurso em 2014, nunca tiveram reajuste, o que significa que ganham hoje menos do que ganhavam há seis anos e continuarão perdendo poder aquisitivo.

“A única forma de aumento é a progressão por desempenho, títulos e tempo, de cinco em cinco anos”, ressaltou Brenda. Essa progressão, no entanto, é muito inferior aos reajustes que acompanham a reposição da inflação.

Atualização: À tarde, o colégio de líderes da Assembleia comunicou o adiamento da votação da reforma para agosto.

[8/7/20]

 

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