Mesmo sem ser investigado e indiciado, o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do saite The Intercept, foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) em Brasília sob a acusação de invadir celulares de autoridades brasileiras.
A denúncia contra Greenwald acontece apesar de o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter proibido investigações sobre o jornalista, em agosto passado, sob o risco de ferir a liberdade de imprensa.
O relatório final da Polícia Federal diz que não há evidência de participação de Glenn em ação de hackers.
A denúncia é assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, o mesmo que denunciou o presidente da OAB, Felipe Santos Cruz, por ter criticado o ministro Sérgio Moro.
Em rede social, Glenn Greenwald publicou que a denúncia é um ataque à liberdade de imprensa.
“Sobre a notícia da denúncia do MPF: é um ataque à liberdade de imprensa, ao STF, às conclusões da PF e à democracia brasileira”, escreveu Glenn.
“Nós vamos defender uma imprensa livre. Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do estado nem pelo governo Bolsonaro.”
A Anistia Internacional divulgou nota em que afirma que a denúncia contra o jornalista Glenn Greenwald “é profundamente grave e representa uma escalada na ameaça à liberdade de imprensa no Brasil”.
[21/1/20]