Edição ampliada de “Lamarca, o capitão da guerrilha” será lançada em BH nesta 2ª

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No próximo dia 17 de agosto, segunda-feira, às 19h, os jornalistas baianos Oldack de Miranda e Emiliano José autografam, na sede do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a 17ª edição revista e ampliada do livro “Lamarca, o capitão da guerrilha” (Global Editora). Os autores atualizam a obra com descobertas de documentos que foram ocorrendo desde 1980, ano em que foi lançada a primeira edição. Na edição atual eles acrescentaram um posfácio resumindo o que aconteceu na região da Bahia em que o militar foi cercado e assassinado pelo Exército Brasileiro.

Segundo Oldack de Miranda, a obra já serviu de base para o roteiro de dois filmes. O primeiro – Portas de Fogo – do cineasta Edgard Navarro, demorou a vir a público. Na primeira tentativa, em 1984, nos estertores da ditadura militar, a Polícia Federal impediu à força a pré-estreia no Cine Guarani, em Salvador. O fime só foi liberado com o advento da Nova República, em 1985. O segundo filme foi Lamarca, longa-metragem de Sérgio Rezende, concluído em 1994, com Carla Camuratti, Paulo Betti e José de Abreu. À época, o militar Nilton Cerqueira, que executou Lamarca, tentou impedir na Justiça a exibição do filme. Não obteve êxito.

Ao longo dos anos, as edições foram sendo enriquecidas. Na edição de 2004 foi possível, por exemplo, revelar com mais detalhes a cirurgia plástica a que o capitão revolucionário se submeteu. Em 1999, uma reportagem da jornalista Luiza Villaméa, na revista IstoÉ, permitiu reconstituir a ação de seqüestro do cofre do Adhemar de Barros. O livro de Judith Lieblich Patarra intitulado Iara, reportagem biográfica resgatou os passos da companheira de Lamarca, na Bahia. Até então, a versão aceita era a do suicídio da revolucionária, durante cerco policial-militar em Salvador. Nesta 17ª edição afirmamos com segurança e com base em farta documentação que Iara Iavelberg foi assassinada”, comenta Emiliano José.

FONTE DE PESQUISA – Os autores incorporaram as descobertas da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos referentes ao assassinato do capitão Carlos Lamarca, no sertão da Bahia. Num grande esforço de reportagem, o jornalista Bernardino Furtado, do jornal O Globo, conseguiu localizar o laudo do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, da Bahia. Isso aconteceu em 1996, portanto, o documento ficou guardado a sete chaves durante 25 anos. O livro Lamarca, o capitão da guerrilha foi se tornando fonte de pesquisa sobre o ciclo militar nas escolas brasileiras. Quando o golpe militar de 1964 completou 50 anos, em 1º de abril de 2014, percebemos a importância de uma nova edição revista e ampliada, diante da intensa curiosidade dos estudantes”, explicou o jornalista Oldack de Miranda.

O autor da nova capa é o mesmo artista gráfico Elifas Andreato. Na primeira edição, mesmo correndo riscos, pois ainda estávamos sob ditadura militar, o artista recriou a foto do capitão Lamarca, dando um toque de tristeza no semblante do guerrilheiro. Agora, para a 17ª edição, Andreato produziu uma obra de arte: um homem com um manto vermelho, quepe verde-oliva na cabeça, acolhendo a bandeira nacional, como se estivesse plantando uma semente de esperança no solo árido do sertão. Por último, inserimos um posfácio, desenhando em traços largos o que aconteceu nas décadas posteriores ao cerco e morte de Lamarca na região de Brotas”, finalizou o jornalista.

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