Os trabalhadores do jornal Estado de Minas paralisaram suas atividades nesta segunda-feira 16/12, do meio-dia às 15h, em protesto pelo não pagamento do 13º salário. Em assembleia na porta da empresa, eles decidiram fazer nova paralisação nesta terça 17, das 13h às 16h.
Em algumas editorias, os jornalistas foram informados que o pagamento da primeira parcela do 13º, cujo prazo legal venceu no dia 30/11, será paga junto com a segunda parcela, que vence no dia 20/12, sexta-feira, mas a empresa não fez nenhum comunicado oficial.
Editores e parte dos empregados na administração também não receberam os salários de novembro.
Na TV Alterosa, empresa do mesmo grupo Diários Associados, a situação é idêntica.
Atrasos de salários se tornaram corriqueiros no Estado de Minas.
Em 2015, o jornal também não pagou o 13º salário dos seus funcionários, que fizeram a primeira greve na imprensa mineira em muitos anos, com repercussão nacional. O jornal acabou por fazer o pagamento parcial, com atraso, mas não de todos. Em ação movida pelo SJPMG, a Justiça sentenciou a empresa a pagar multa de 50%, correção monetária e juros de mora, além de diferenças apuradas em perícia e seus reflexos em FGTS.
No ano passado, a segunda parcela do 13º também não foi paga dentro do prazo legal e a empresa não deu satisfações aos trabalhadores, gerando novo movimento grevista.
O problema não é só com o 13º. Os salários de setembro deste ano, por exemplo, foram pagos com 11 dias de atrasdo. Em outubro, os salários voltaram a atrasar e os trabalhadores da administração ainda não tinham recebido o salário de setembro. O pagamento em dia passou a ser seletivo.
Em 2016 o Estado de Minas impôs uma redução salarial de 30% que já foi julgada ilegal pela Justiça. A empresa ainda não pagou nem informou como vão pagar a dívida trabalhista.
E o desrespeito aos trabalhadores dos Diários Associados Minas não se limita aos salários. O vale-transporte e o tíquete alimentação dos trabalhadores da administração também não são pagos; o FGTS não é depositado há cinco anos; o INSS é descontado do salário e não é recolhido; o plano de saúde também é descontado, mas a operadora não é paga e os trabalhadores não são atendidos; trabalhadores dispensados não recebem as verbas rescisórias; o abono de férias é lançado no contracheque, mas não é pago; jornalistas que recebem por meio de CDA (cessão de direitos autorais) também não estão sendo pagos; despesas feitas em viagens levam meses para ser reembolsadas; o seguro de vida é descontado do salário, mas não é repassado à seguradora; a contribuição associativa, com a qual o trabalhador ajuda a manter seu sindicato, é descontada, mas não é repassada ao sindicato.
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[16/12/19]