Os Sindicatos dos Gráficos, dos Jornalistas e dos Empregados na Administração de Jornais e revistas vêm a público repudiar a suspensão por 30 dias do gráfico Régerson Moreira da Silva pelo jornal Estado de Minas.
A suspensão configura retaliação ao trabalhador e prática antissindical. Ela ocorreu após reunião dos gráficos com o diretor executivo do jornal, Geraldo Teixeira da Costa, o Zeca, no dia 20/11, para discutir atraso no pagamento do salário de outubro. Régerson trabalha no jornal há 20 anos e é diretor do Sindicato dos Gráficos.
Zeca não esconde sua antipatia por sindicalistas e na referida reunião manifestou-a mais uma vez ao afirmar que com Régerson não conversaria. Alguns dias depois veio a punição. Quando chegou para trabalhar no dia 29/11, às 20h, Régerson foi comunicado da suspensão “por indisciplina e mau procedimento”.
“Tenho certeza de que não cometi nenhuma indisciplina, a não ser lutar pelos nossos direitos”, afirma Régerson.
Além dos salários, que vêm sendo pagos com atraso há vários meses, os gráficos reivindicam o pagamento do 13º, também em atraso, e outros direitos descumpridos pelo jornal. O FGTS não é recolhido há cinco anos; o terço das férias não vem sendo pago também há cinco anos. O jornal deve ainda vale-transporte, plano de saúde e seguro de vida.
O atraso de pagamento tornou-se corriqueiro no Estado de Minas e na TV Alterosa, empresas do grupo Diários Associados. Além dos gráficos, atinge também jornalistas e empregados na administração, que chegaram a paralisar o trabalho em outubro. Os salários foram pagos com 11 dias de atraso.
Tudo isso acontece depois que a empresa impôs uma redução salarial de 30% aos trabalhadores, já julgada ilegal para Justiça. A dívida ainda não foi paga.
Sindicato dos Gráficos de Minas Gerais
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Sindicato dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas de Minas Gerais
[13/12/19]