Os empregados na administração do jornal Estado de Minas entrarem em greve na tarde desta segunda-feira 17/12. A decisão foi confirmada em assembleia, depois de encerrado o prazo dado à empresa para que depositasse os salários atrasados. O Estado de Minas não pagou nem apresentou proposta.
Os trabalhadores reivindicam o pagamento dos salários de novembro. Uma nova assembleia está marcada para amanhã, na porta do jornal, às 12h30.
Na semana passada, quando o movimento grevista começou, a direção do jornal prometeu, informalmente, pagar os atrasados no dia 24 de dezembro, quando também pagaria os salários deste mês e a segunda parcela do 13º. Os trabalhadores não aceitam esse proposta e decidiram que só voltarão ao trabalho quando os atrasados forem depositados.
Jornalistas e gráficos estão solidários aos grevistas. Jornalistas do Diário do Comércio, que fizeram uma greve vitoriosa no começo deste mês (leia matéria clicando aqui), divulgaram carta de apoio aos colegas do EM. Leia:
Nota de apoio e solidariedade dos Trabalhadores no Diário do Comércio
Nós, trabalhadores no Diário do Comércio, manifestamos nosso apoio e solidariedade aos trabalhadores no Estado de Minas na luta pela garantia de seus direitos como pagamento de salários, 13º salário, férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, entre outras garantias.
Ao deliberarem pela greve, os trabalhadores no Estado de Minas não só lançam mão de um recurso histórico e legítimo da classe trabalhadora, como fazem da luta direta instrumento fundamental e indispensável na busca pela valorização de suas categorias.
Dos dias 3 a 7 deste mês, os trabalhadores do Diário do Comércio paralisamos nossas atividades e, unidos e por meio da greve, tivemos nosso salário colocado em dia para depois voltarmos ao trabalho. É, pois, no reconhecimento da importância dessa conquista que manifestamos aqui nosso apoio e solidariedade aos trabalhadores no Estado de Minas. À luta, pois, à vitória!
Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2018.
Discriminação
É a primeira vez que os empregados na administração do Estado de Minas entram em greve. A adesão ao movimento é praticamente total. O ambiente é de revolta com a discriminação de que estão sendo vítimas, porque o jornal pagou os salários dos jornalistas (exceto editores e estagiários) e dos gráficos, mas não pagou os salários dos trabalhadores na administração. Os gráficos que trabalham na sede da Avenida Getúlio Vargas também não receberam o salário de novembro, segundo o Sindicato dos Gráficos.
Além disso, os empregados da administração vêm sofrendo uma série de desrespeitos aos seus direitos trabalhistas. O plano de saúde foi interrompido; o plano odontológico foi cancelado, mas continua sendo descontado; o Estado de Minas também deve aos empregados administrativos FGTS, férias, tíquete alimentação, cesta básica e vale transporte. A redução da jornada de trabalho, imposta pela empresa para reduzir salários, não foi formalizada na carteira, o que dificulta que eles possam completar a renda com outro emprego. Para completar, o jornal quer mudar o horário de trabalho, o que trará mais prejuízos.
(Na foto, assembleia dos empregados na administração na porta do Estado de Minas. Crédito da foto: Rodrigo do Carmo.)
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[14/12/18]