Os empregados na administração do jornal Estado de Minas reafirmaram em assembleia realizada nesta sexta-feira 14/12 (foto) a decisão de paralisar o trabalho. Eles reivindicam o pagamento do salário de novembro, que ainda não foi pago, e deram prazo até o meio-dia de segunda-feira 17/12 para a empresa fazer os depósitos. Caso isso não aconteça, começarão a greve. Uma nova assembleia está marcada para a segunda-feira, na porta do jornal, às 12h30.
A expectativa dos trabalhadores era que a empresa fizesse uma proposta formal, mas isso não aconteceu. Informalmente, a direção do jornal promete fazer o pagamento dos atrasados no dia 24 de dezembro, quando também pagaria os salários deste mês e a segunda parcela do 13º.
Os trabalhadores não aceitam esse proposta e decidiram que só voltarão ao trabalho quando os atrasados forem depositados. A decisão foi informada à direção da empresa (veja comunicado abaixo). Jornalistas e gráficos estão solidários aos grevistas.
É a primeira vez que os empregados na administração do Estado de Minas entram em greve e a adesão ao movimento é praticamente total. O ambiente é de revolta, com a discriminação de que estão sendo vítimas e com uma série de desrespeitos aos seus direitos trabalhistas. O jornal pagou os salários dos jornalistas (exceto editores e estagiários) e dos gráficos, mas não pagou os salários dos trabalhadores na administração. Os gráficos que trabalham na sede da Avenida Getúlio Vargas também não receberam o salário de novembro, segundo o Sindicato dos Gráficos.
Além disso, os empregados da administração sofrem com a interrupção do plano de saúde e com o cancelamento do plano odontológico, que no entanto continua sendo descontado. A redução da jornada de trabalho, imposta pela empresa para reduzir salários, não foi formalizada na carteira, o que dificulta que eles possam completar a renda com outro emprego. Para completar, o jornal quer mudar o horário de trabalho, o que trará mais prejuízos.
E não é só: o Estado de Minas também deve aos empregados administrativos FGTS, férias, tíquete alimentação, cesta básica e vale transporte.
Veja o comunicado dos sindicatos à direção do Estado de Minas:
Prezado Senhor:
Os Sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e dos Empregados na Administração das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas e em Empresas Distribuidoras e Vendedoras de Jornais e Revistas de Belo Horizonte, por seus representantes legais, vêm informar à direção dessa empresa que, face à reunião realizada nesse dia 12/12/2018, os sindicatos profissionais realizarão Assembleia Geral Extraordinária, visando a deliberar pela paralisação das atividades laborais, visto que até o presente momento a maioria destes ainda não lograram êxito em receber o pagamento dos salários devidos, relativo ao mês de novembro/2018, situação esta que vem causando enormes prejuízos financeiros aos mesmos, ao mesmo tempo que se sentem totalmente abalados psicologicamente, face aos constantes atrasos no pagamento de salários, bem como à ausência de repasses financeiros pela direção do jornal à operadora do plano de saúde, o que vem causando sérios constrangimentos aos mesmos, no momento que necessitam de utilizar a cobertura do referido beneficio.
Ressaltamos ainda que uns dos compromissos assumidos pela direção dessa empresa perante a CEJUSC-JT de 2º Grau foi aquele de minimamente trilhar pela boa fé e transparência, no sentido de regularizar as atuais pendências trabalhistas, tais como: pagamento de salários, décimos terceiros, recolhimentos de FGTS e plano de saúde etc., dando mostras de que pretende viabilizar o consenso contido na Circular nº 10/2018, de modo a permitir a continuidade da respectiva atividade empresarial.
Assim, solicitamos que sejam regularizadas todas as pendências trabalhistas de forma imediata e caso assim não seja procedido, as categoriais profissionais deliberarão pela paralisação das atividades laborais.
Atenciosamente,
Alessandra Cezar Mello
Marco Antônio Jacob
(Crédito da foto: Rodrigo do Carmo.)
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Nota de repúdio ao jornal Estado de Minas
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[14/12/18]
E o sindicato dos Radialistas, não vai tomar atitude?
Tem funcionários dos Radialistas sem receber, TV Alterosa.
Agora apertou para eles, essa greve deveria ter sido feita GERAL em 2016, quando funcionários hoje todos demitidos fizeram a primeira greve da historia. Mas não tinham afetados eles então né? não pararam, o aviso tinha sido feito em 2016, a dois anos atras, agora não adianta… sempre falei…classe desunida essa, o momento de fazer a mudança passou, agora vão ficar anos e anos (ate serem demitidos tb) lutando por uma causa que não tem mais jeito.