Em 2023, mercado jornalístico mantém tendência de enxugamento

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Enquanto o crescimento geral dos empregos formais no Brasil foi de 3,5% em 2023, o mercado de comunicação continuou em retração, sob os efeitos da crise registrada no setor desde o final do século passado. Segundo os dados recentes do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e do Emprego, no grupamento que abrange serviços de comunicação, informação e telecomunicações, as empresas de comunicação e os jornalistas registraram as maiores reduções no volume total de vagas para os trabalhadores.

Até houve um crescimento de 1,31% no volume de empregos vinculados ao segmento de Informação e Comunicação. A expansão foi determinada pelas Atividades de Prestação de Serviços de Informação, Atividades dos Serviços de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. 

Em áreas vinculadas à produção cinematográfica e de vídeos, publicações impressas, rádio e televisão, o estoque de empregos totais foi reduzido durante o ano. O estoque de vagas em rádio caiu 2,45% e em atividades de TV foi reduzido em 1,41%. No segmento de Edição Integrada à Impressão a queda da quantidade de empregos foi de 0,33%.

Demissões em todas as áreas

Houve cortes generalizados de empregos para profissionais, em segmentos voltados à oferta de trabalho para jornalistas. Durante 2023, o mercado de trabalho registrou a contratação de 10.474 jornalistas, contra 11.284 demitidos. As contratações de jornalistas resultaram em uma redução de 810 vagas de trabalho. 

Nos segmentos classificados pelo Caged como Profissionais de Jornalismo e Locutores, Comentaristas e Repórteres de Rádio e Televisão, a única função com desempenho positivo foi de Repórter de Rádio e Televisão, com saldo de 62 empregos a mais. No ano, foram contabilizadas 799 contratações e 737 demissões. 

Resultado de 3.262 admissões e 3.412 demissões, o segmento de Locutores, Comentaristas e Repórteres de Radio e Televisão foi reduzido em 150 vagas. Destaque para o corte de funções de Locutor de Rádio e Televisão, com 177 vagas a menos. No segmento de profissionais de Jornalismo foram 7212 contratações e 7.872 demissões, com saldo negativo de 660 empregos.

Mais indicadores

Pesquisa A inteligência artificial para jornalistas brasileiros
Pesquisa A inteligência artificial para jornalistas brasileiros
  • No segmento de Assessor de imprensa, houve 1.103 desligados e 1.091 admitidos, com redução de 12 vagas
  • No segmento de mídias digitais, o balanço foi positivo para os influenciadores digitais, com 591 contratações e 451 demissões
  • No segmento de Profissionais de Mídias Digitais e Afins, as contratações alcançaram 8.324 e cortes de 5.868, com 2.456 de diferença 
  • Na indústria de transformação foram registradas 28 admissões e 14 desligamentos de jornalistas
  • Fora da mídia tradicional, as instituições de educação, associativistas e de saúde respondem pela principais demandas de profissionais de jornalismo
  • No mercado de publicidade, houve mais contratações do que cortes. Em especial, o desempenho foi favorecido pelo desempenho das admissões de redatores de publicidade
  • O mercado de publicidade e pesquisas de opinião pública teve crescimento de 5,7% no total de empregos

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