O jornalismo perdeu mais um de seus grandes nomes em Minas. Faleceu ontem, de complicações causadas pela Covid-19, e foi enterrado nesta quarta, o jornalista Hélio Fraga, de 84 anos. Ele deixou a esposa, dois filhos e quatro netos. Hélio Fraga foi também diretor do Sindicato dos Jornalistas de Minas e da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE).
Hélio Fraga teve uma extensa carreira no jornalismo. Começou em 1960, quando obteve o registro, de número 1.427, de jornalista profissional e filiou-se ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG). Na TV Itacolomi, trabalhou, nos anos de 1960, durante sete anos, como redator do Jornal Bancominas, o noticioso noturno da emissora. No jornal impresso, também quase na mesma época, chefiou as redações dos jornais Correio de Minas e Diário de Minas.
Hélio Fraga também teve passagem pelo setor público. Foi assessor de Comunicação do Governo de Minas entre 1964 e 1966 e, algum tempo depois, ocupou a mesma função na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). No jornal Estado de Minas, foi editor e colunista de Esportes. Em redação, seu último trabalho foi como editor de Turismo do jornal Hoje em Dia.
Além destas atividades, Hélio Fraga foi escritor. Em O menino valente, ele descreveu a história da perda de seu primeiro filho, aos 12 anos, de câncer. Foi uma experiência dramática para ele, que havia dado prioridade ao trabalho. Com isso, a convivência familiar acabou sendo colocada em segundo plano.
No livro, ele contou seu arrependimento por ter desprezado o tempo do convívio familiar com o filho. Por isso, exaustivamente, nas palestras que dava sobre o assunto, Hélio Fraga repetia exaustivamente o mesmo conselho: “Não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos”.
Na vida sindical, Hélio Fraga foi diretor do SJPMG de 1978 1980. De tempos em tempos, ele dava um plantão no sindicato para fazer o atendimento à categoria. Cuidadoso no contato com os jornalistas, ele fazia um relatório de todos os atendimentos.
Nas redes sociais, muitos foram os depoimentos sobre Hélio Fraga:
Afeto e gentileza
Impossível não me lembrar do Hélio, responsável pela minha primeira viagem de avião, aos 23 anos, de lua de mel, em Recife. Trabalhávamos, Silvio e eu, no Estado de Minas e ele, junto com o também encantado Roberto Drummond, articulou para que nossa viagem se concretizasse. Em troca, fizemos reportagens sobre a “Veneza brasileira” para o caderno de Turismo. Anos depois, a gente se reencontrou na redação do Hoje em Dia, onde ele me recebeu com afeto e a gentileza de sempre (Mirtes Helena).
Meio que professor
Hélio foi meio que professor de muita gente. Generoso, compartilhava seu conhecimento. Era leve e companheiro. Tive o prazer de viajar junto com ele para Blumenau, em um evento preparativo para a Oktoberfest. E ele, sempre alegre e sorridente, era conhecido por todos. Até que à noite, no hotel, o senti triste. Foi quando me segredou que, após um evento de que participamos, no qual houve uma exibição de crianças, ele se lembrara do filho. Meus sentimentos aos familiares. Que a passagem seja leve! (Heraldo Leite).
Profissional dedicado
Ficou a lembrança de um profissional dedicado ao trabalho e à família, uma vida marcada pela perda de um filho em tenra idade. Ficam a lembrança e a saudade (Carlos Lindenberg).
Olhar com carinho
Tempos tristes. Tantas perdas, meu Deus. O mundo vai ficando mais sem graça. Que Hélio possa viajar pelas constelações agora e nos olhar com carinho lá de cima. Força para a família (Margarida Halloc).
Sempre solícito
Meus sentimentos à família. Hélio Fraga sempre foi muito solícito e um colega de trabalho da melhor qualidade, além de excelente profissional. Uma pena (Rogério Hilário).