Renato Lara ou Juninho, o “Menino Gordo” da Rádio Inconfidência, morre vítima de covid ; amigos e ouvintes lamentam sua passagem

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Um amante incondicional do rádio brasileiro, o jornalista e radialista Renato Lara Junior, 45 anos, faleceu nessa quarta-feira, dia 5, vítima de Covid-19. O jornalista estava internado desde o dia 16 de março, no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, onde lutava pela vida.

Renato, mais conhecido pelos colegas de trabalho como Juninho, era locutor da Rádio Inconfidência desde 2005, onde participava no programa Delírio e Cia, veiculado de segunda a sexta-feira, na Inconfidência AM 880, aonde interpretava o personagem Menino Gordo, de enorme sucesso entre os ouvintes. Seu parceiro de programa, o também locutor Everton Gontijo, fala sobre a perda de seu colega de trabalho, e mais que isso, de seu amigo de bancada, há mais de uma década: “ O Juninhho trabalhava comigo desde 2007, começamos a gravar o programa Delírio e Cia, um humorístico que eu apresentava sozinho até então. Em 2007 ele começou a participar e foi um grande achado, um cara que fazia uma escada perfeita para os personagens. Juninho era muito carismático, os ouvintes o adoravam. Muitas saudades, Renato vai fazer muita falta”. Além do humorístico, Juninho também apresentava o programa Sertanejo Moderno, no canal AM 880.

Ouvinte fiel do rádio, que considerava seu grande amigo, o locutor dividia com os colegas da Inconfidência histórias dos bastidores e de programas radiofônicos de todo Brasil. Deficiente visual, também apresentava o programete “Esporte sem Barreiras”, onde contava histórias de superação e vitórias pessoais de profissionais com algum tipo de limitação física, espelhando em sua própria experiência de vida, e levando para além de Minas Gerais, pelas ondas da AM, inclusão e bom humor.

O jornalista e locutor da Rádio Inconfidência, Cristiano Batista, conta de sua amizade de anos, quando o conheceu fazendo estágio na Interface Comunicação: “Conheci o Juninho na Interface, há 17 anos. Nossa amizade se fortaleceu quando eu contei que havia trabalhado em uma rádio, em Nova Lima, foi quando dividiu comigo sua paixão pelo veículo, e desde então, nos tornamos grandes amigos, até nos reencontramos na Rádio Inconfidência. Era impressionante como ele conhecia todas as emissoras de rádio do país, os programas, locutores e jornalistas”.

A presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Alessandra Mello, também lembra do amor que ele tinha pela Rádio Inconfidência. “A rádio Inconfidência era a paixão dele. Sempre falava dela com amor e muito orgulho. Também era amado pelos colegas de trabalho graças a seu bom humor, gentileza e respeito para com todos. Sua passagem comoveu a todos. Torcemos muito para que ele se recuperasse. Juninho é, infelizmente, mais um a engrossar as tristes estáticas de milhares de pessoas mortas pela covid-19. O sindicato manifesta toda sua solidariedade à família do jornalista e , em nome de todos jornalistas e ouvintes, agradece a alegria e competência do Juninho. Para nós ele era um exemplo. Vá em paz, Juninho”, afirmou a presidenta.

Lina Rocha, colega de trabalho de Juninho na Inconfidência, e vice-presidenta do SJPMG, também lamentou sua passagem, destacando seu amor pelo rádio e sua gentileza no trato com todos. “Gentil, humano, delicado e apaixonado por rádio, o Juninho, como era conhecido, era o profissional mais apaixonado por rádio que  conheci, depois do meu pai, o jornalista Rubem Ur Rocha. Tenho certeza que onde o Juninho estiver o radinho de pilha estará ao seu lado e será seu fiel amigo”, afirma Lina.

Filho querido de dona Antônia de Sousa Resende Lara, Juninho era irmão do jornalista José Renato Lara e casado com Maria Batista. Os dois mão tinham filhos.

O velório  será amanhã, na cidade de São Tiago, região central do Estado, às 8 horas, e em seguida o sepultamento.

05/05/2021

4 COMMENTS

  1. Que notícia triste, gostava muito do Renato Lara Junior, que DEUS conforte todos familiares e os amigos da Inconfidência.

  2. Um sentimento de tristeza muito grande quando acabou o programa delírio e companhia. Agora a morte do menino gordo. Que Deus o receba no céu

    • Como continuar o ótimo e insubstituível programa delírio e cia, sem o menino gordo,escada dos personagens do Everton Gontijo. Todos os dois muito talentosos.uito saudade do programa. As tardes não serão as mesmas sem esses talentos do rádio brasileiro. Que Deus o receba de braços abertos. O céu ficou mais alegre.

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