Ouvir mulheres e suas lutas em cada canto do Brasil. É isso que o podcast Cirandeiras vai fazer durante a pandemia da covid-19, para trazer realidade, leveza e inspirações nesse momento. O primeiro episódio foi lançado no dia 15 de abril. Todas as quartas-feiras um novo episódio com uma mulher diferente. O projeto é das jornalistas Joana Suarez e Raquel Baster e já está nos principais tocadores de podcasts.
Quem são as mulheres que lideram comunidades e como elas estão lidando com mais esse problema em meio a tantas outros desafios diários? A proposta é formar uma grande ciranda brasileira de mulheres e ideias que possam ser força diante do desafio que o país atravessa.
“Eu e Raquel já vínhamos conversando para fazer um projeto de podcast que estivesse relação com algo que acreditamos e que de alguma forma já estávamos trabalhando em nossa profissão e aí veio o coronavírus. Na primeira semana de isolamento social, sentimos que era a hora de exercitar a escuta de mulheres brasileiras que já transformam seus arredores, pois tínhamos certeza que teria uma mulherada massa no enfrentamento a essa situação toda e que isso poderia ser inspirador”, explicou Joana.
Temporadas
As jornalistas não descartam outras temporadas de Cirandeiras após a pandemia, com outras temáticas, mas nessa primeira não tinha como fugir da pauta que está na casa de todos os brasileiros.
As mulheres são as mais vulneráveis hoje na população, chefiando famílias sozinhas, “mas elas nunca desistem, estamos acostumadas a lidar com adversidades todos os dias e encontrar soluções”, diz o texto de descrição do podcast nas plataformas.
Estreia
No episódio de estreia, Joana e Raquel explicam mais sobre a proposta, a abordagem, um pouco do contexto atual de contenção do coronavírus e conversam com a mestre cirandeira Lia de Itamaracá.
“O nome de Cirandeiras foi escolhido porque eu e Joana acreditamos na força dessa manifestação popular entre mulheres.Daí pensei na hora em Lia de Itamaracá para abrir nosso projeto com sua benção. Tive o prazer de conhecê-la na Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, na Paraíba. E para nossa alegria, Lia aceitou”, contou Raquel.
Lia é uma mulher negra, de 76 anos, que mora na ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Ela é patrimônio vivo do Estado. A ciranda é dançada no Brasil há décadas por causa dela. É uma dança coletiva, em roda, de mãos dadas, em que todos entram no movimento em sintonia.
Nos próximos episódios, que serão liberados todas às quarta-feiras, vão ter mulheres quilombola, indígena, mais nordestinas, de realidades diferentes, com olhares distintos, mas todas brasileiras ousadas que modificam vidas, padrões e movimentam comunidades, tal como uma cirandeira.
Produtoras e apresentadoras
Joana Suarez é jornalista, nascida pernambucana, mas tornou-se repórter em Minas Gerais e se considera metade mineira. Raquel Baster também é jornalista, nascida mineira, mas passou os dez últimos anos da vida dela no sertão baiano, pernambucano e paraibano, então se considera parte nordestina. Elas querem convidar a todos para entrar nessa roda, nesse mais novo podcast.
Está tudo sendo feito com muita dedicação, aprendizado e no amor – o projeto ainda é sem recursos financeiros. Então, sigam @cirandeiraspodcast no Instagram, acompanhem Cirandeiras Podcast no Facebook, e escutem http://abre.ai/cirandeirasep1
Informação salva vidas.
[16/4/20]