Piquetes nas portas das empresas, assembleias lotadas, redações vazias e paralisação total. A greve dos jornalistas de Alagoas contra a redução salarial completa uma semana nesta segunda-feira 1/7 com adesão geral da categoria. Apesar da intransigência dos patrões, os grevistas estão cada vez mais unidos, cheios de coragem e determinação. Nesta segunda, eles fizeram uma passeata no Calçadão do Centro de Maceió (foto acima).
Na semana passada, depois de um dia inteiro de expectativa sobre uma audiência de conciliação que durou horas no Ministério Público do Trabalho, a categoria foi surpreendida com uma proposta com poucos avanços que traz entre outras cláusulas, a possibilidade de redução do piso salarial.
Em assembleia lotada, realizada na noite de quinta-feira 27/6, a proposta foi rejeitada. A categoria manifestou disposição para negociar e chegar a acordo, mas não admite a redução de piso. E decidiu continuar a greve. Decidiu também adotar novas estratégias de luta. No domingo, foi feito um tuitaço.
A paralisação por tempo indeterminado foi decidida em assembleia na noite de segunda-feira 24/6 e deflagrada na madrugada de terça-feira. A categoria não aceita o corte de 40% no piso salarial que os patrões querem impor.
A adesão é completa nas três emissoras de televisão Gazeta (afiliada à Rede Globo e pertencente à família do senador e ex-presidente Fernando Collor), TV Pajuçara (afiliada da Rede Record) e TV Ponta Verde (SBT), nos portais dos três grupos e no semanário Gazeta de Alagoas. Sem jornalistas, as emissoras foram obrigadas a reprisar suas programações e transmitir noticiários de outros estados.
O movimento recebeu apoio de organizações da sociedade e adesão de estudantes e professores do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas, que também entraram em greve. Moradores levam água e alimentos para os grevistas. Motoristas buzinam aprovando a greve quando passam diante das empresas. Nem a chuva afastou os trabalhadores dos piquetes.
No Twitter, a hashtag #quempagafazaovivo apareceu em primeiro lugar nos assuntos mais comentados, seguida da hashtag #reduçãosalarialnão. Também bombou a hashtag #JornalismoDeSegunda, referência às condições vergonhosas como as emissoras estão se mantendo no ar.
“Sem profissionais bem formados e com remuneração justa, não há jornalismo de qualidade”, escreveu uma simpatizante do movimento. “Diminuir os custos precarizando a profissão do jornalista pode parecer vantajoso no curto prazo, mas no médio e longo é o caminho para a empresa fechar as portas.”
(Com informações da Fenaj e do Sindjornal. Crédito das fotos: Jonathan Lins. )
#LutaJornalista
#SindicalizaJornalista
[1/7/19]