Para Rodrigo Maia, Justiça do Trabalho não deveria nem existir

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a mudança da legislação trabalhista nesta quarta-feira 8/3 e sugeriu que a Justiça do Trabalho “não deveria nem existir”. Contrariado com a proposta de reforma “tímida” produzida pelo governo, Maia disse que a Câmara deve dar “um passo além” e até desagradar Michel Temer.

“Apesar de o governo tentar nos convencer que devemos votar o texto que veio, eu acho que não. Acho que há temas em que precisamos avançar, como o trabalho intermitente e outras questões”, disse Maia em evento na inauguração do novo escritório da agência de notícias Bloomberg na capital federal.

“Acho que há um consenso da sociedade que esse processo de proteção na verdade gerou desemprego, insegurança e dificuldades para os empregos brasileiros. Então nós precisamos ter a coragem de dizer isso. O excesso de regras no mercado de trabalho gerou empregos de investidores brasileiros no exterior, não gerou nada no Brasil. Gerou 14 milhões de desempregados.”

Maia também disparou contra a Justiça trabalhista.

“Juízes tomando decisões das mais irresponsáveis quebraram o sistema de bar, restaurantes e hotel no Rio de Janeiro. O setor de serviço e de alimentação quebrou pela irresponsabilidade da Justiça do Trabalho no Rio”, disse. Por isso, destacou, foi preciso regulamentar temas curiosos como a gorjeta.

“Agora tivemos que aprovar uma regulamentação da gorjeta porque isso foi quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça brasileira, da Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir”, disse Maia.

Certo de que a Câmara deverá adicionar itens à proposta de reforma trabalhista, Maia já diz que a Casa vai “desagradar” Michel Temer.

“Infelizmente, Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara precisa dar um passo além daquilo que está colocado no texto do governo.”

Ainda sobre a agenda reformista, Maia disse que a reforma da Previdência não tem temas polêmicos. “A aposentadoria rural não tem nada de polêmico”, disse, ao defender a separação dos benefícios de prestação continuada do pagamento das aposentadorias rurais.

Sobre a regra de transição do atual sistema para o novo proposto, o deputado fluminense disse que “qualquer ponto de corte é polêmico” porque sempre quem estiver próximo, mas fora da transição reclamará.

(Publicado na Exame.com em 8/3/17. Foto da Agência Brasil.)

[9/3/17]

 

 

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