Associados alegam na Justiça que corte de salários foi feito a pedido dos trabalhadores ‘sensibilizados’

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Depois de reduzir os salários ilegalmente, suspender o plano de saúde, não pagar vale-transporte e férias e até hoje não quitar o 13º e parte dos salários dos editores do mês de abril, os Diários Associados ainda têm a coragem de alegar na Justiça – na ação que contesta a redução – que não houve corte de salários e que tudo foi feito a pedido dos trabalhadores. Alega ainda que uma prova disso é que a categoria não fez nenhum tipo de manifestação contra o corte.

Os empregados, de acordo com a defesa, “sensibilizados e solidários” com a situação financeira da empresa constituíram “espontaneamente” uma comissão para tratar do assunto. “E eles próprios chegaram a propor uma redução de jornada (dos funcionários da administração) e das horas extras (que eram feitas pelos jornalistas)”, diz um trecho da defesa.

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Eles afirmam também, usando uma firula jurídica, que não houve redução dos salários, “mas alteração bilateral do contrato individual de trabalho que manteve íntegro o mesmo salário hora!!!”. Essa alegação é um absurdo, um acinte.

Basta olhar o contra-cheque desse mês para ver que a queda do salário foi brutal e que não há nenhum critério nos cortes. Trabalhadores que recebiam o mesmo valor tiveram cortes diferentes e, em alguns casos, acima dos 30% anunciados. Mesma coisa aconteceu mês passado, obrigando a empresa a fazer um pagamento adicional. A maioria dos repórteres está recebendo em torno de 3 mil reais.

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Outra alegação inverídica é de que a redução foi aprovada em assembleia, desconsiderando todas as consultas que o Sindicato fez com a categoria, inclusive o plebiscito, no qual a redução foi reprovada por maioria esmagadora. Como prova de que os jornalistas concordaram com a proposta da empresa, foi anexada ao processo uma ata fraudulenta de uma reunião conduzida pelo setor de Recursos Humanos da empresa e redigida pelo diretor jurídico e condômino Joaquim de Freitas, em que o corte puro e simples de 30% teria sido aprovado pelos jornalistas e trabalhadores da administração.

Diz ainda que “a compreensão foi de tal ordem que o sindicato, embora tenha tentado, não conseguiu mobilizar os empregados contra a empresa, não tendo havido interrupção do labor por um dia sequer, apesar das diversas tentativas de desestabilizar a empresa”.

Todas as ações já deram entrada na Justiça contra essa redução, mas apenas a disputa judicial não é suficiente. Temos que mostrar nossa indignação e desmascarar essa farsa dos Associados, uma empresa que não honra nenhum compromisso e direito trabalhista, e ainda tenta impor controle de produtividade e de jornada.

Vamos paralisar nossas atividades em sinal de protesto e mostrar para a Justiça que nada do que a defesa alega é verdadeiro. Semana passada os trabalhadores do Correio Braziliense, empresa do grupo Associados no Distrito Federal, cruzaram os braços por dois dias, forçando a direção a assumir o compromisso de pagar a participação nos lucros devida aos trabalhadores.

Vejam bem: participação nos lucros. E aqui em Minas, os trabalhadores dos Associados nem plano de saúde têm, apesar do desconto para quitar a Promed ser feito todos os meses, integralmente, do salário do trabalhador.

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