Sem pagamento de salários, jornalistas deflagram greve no DF

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Os jornalistas do Fato Online começaram nesse dia 29 de fevereiro, às 17h, greve por tempo indeterminado. O movimento foi motivado pelo não pagamento de salários de dezembro e de janeiro, bem como o 13º. Alguns profissionais estão sem salários há mais tempo.

Em assembleia histórica, os jornalistas confirmaram decisão tomada na sessão anterior da assembleia, realizada no dia 11 de fevereiro. Na ocasião, eles aprovaram aguardar uma solução da empresa até o dia 29 de fevereiro e parar por tempo indeterminado se não houvesse pagamento.

A direção do portal entregou duas propostas para que os jornalistas avaliassem. A primeira previa, para quem recebe a partir de R$ 10 mil, que os débitos fossem quitados com a aquisição de cotas de sociedade. Não haveria responsabilidade sobre os passivos mas haveria redução da remuneração atual em 1/3. Para os trabalhadores com salários abaixo de R$ 9 mil, o débito seria quitado em quatro parcelas a partir do dia 20 de março. No caso desses profissionais, também haveria redução da remuneração em 1/3.

A segunda proposta estabelecia a regularização dos salários em abril e a quitação dos atrasados em até dez parcelas a partir de 20 de março, redução das remunerações em 1/3 e demissões (sem contingente determinado) na redação. As duas propostas foram muito criticadas e recusadas por unanimidade pelos trabalhadores.

Ações judiciais

Além da greve, serão ajuizadas ações na Justiça do Trabalho cobrando as pendências dos contratos, como os salários e 13º, e o reconhecimento de vínculo. Esta está relacionada ao fato de que a direção contratava profissionais como pessoa jurídica, mas estabelecia na prática relação de emprego. Será requisitado junto à Justiça o bloqueio de faturas, bens e receitas dos sócios da empresa, presidida pelo senhor Sílvio Assis, como forma de assegurar o pagamento.

Atrasos recorrentes

O problema de atraso de salário começou em dezembro. Os jornalistas receberam apenas no dia 30 de dezembro o que deveria ter sido pago no início do mês. Depois de quitado esse débito, a empresa não pagou mais os salários.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) cobrou da empresa ainda em dezembro a solução do problema. O coordenador-geral Wanderlei Pozzembom chegou a ser expulso da redação quando tentou ir até lá falar com a direção e com os trabalhadores.

O Sindicato também encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho. A procuradora do caso tentou uma mediação que não caminhou pela falta de perspectiva da empresa de resolução do problema.

Com o problema se agravando, os trabalhadores realizaram assembleia em janeiro e aprovaram uma paralisação começando às 17h do dia 4 e encerrando às 0h do dia 6 de fevereiro se não houvesse repasse dos salários. Mais uma vez, o Fato Online descumpriu a promessa de que faria os pagamentos, o que resultou na paralisação por tempo determinado. Após isso, a decisão foi a de aguardar o dia 29 e cruzar os braços, por tempo indeterminado, se não houvesse o pagamento, o que foi deflagrado nesse dia 29.

(Publicado no saite do SJPDF, em 1/3/16.)

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