Os trabalhadores da TV Alterosa realizaram assembleia geral nesta quinta-feira 3/12. Eles aglutinaram-se na porta da emissora, debateram durante uma hora a situação difícil em que se encontram e definiram ficar em estado permanente de mobilização. A participação dos jornalistas e radialistas foi muito grande, estima-se que 80% dos empregados da empresa estiveram presentes. O motivo da movimentação foi que empresa não pagou a primeira parcela do 13º salário nem depositou o adiantamento no dia 20 de novembro passado.
Ficou definido pela categoria que se a empresa não pagar o salário no quinto dia útil (sábado) serão realizadas duas paralisações na próxima segunda 7/12: uma às 10h, para os trabalhadores da manhã, e outra às 16h, para os demais. Também na segunda-feira está marcada assembleia no jornal Estado de Minas, às 13h.
Durante a assembleia, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes, informou os trabalhadores da TV Alterosa sobre a reunião realizada na quarta-feira 2/12 no Ministério do Trabalho com representantes dos Diários Associados. A reunião foi pedida pela empresa, mas, para surpresa geral, seus representantes não apresentaram proposta nenhuma aos sindicatos dos trabalhadores – jornalistas, radialistas, empregados na administração e gráficos.
Kerison definiu a situação como “gravíssima”. “Mesmo com todo esforço de diálogo com a empresa, durante um ano e meio, que resultou em 37 mediações no Ministério do Trabalho, os problemas continuam. A expressão mais grave disso é o atraso no pagamento do 13º”, disse.
Ele questionou a enigmática situação financeira da empresa, que vendeu todo o seu patrimônio no Nordeste, a rádio no Rio de Janeiro e alugou “de forma irregular” a Rádio Guarani. “Mesmo assim o dinheiro para pagar os trabalhadores não apareceu”, ressaltou Kerison.
Diante desse quadro os sindicatos entraram com representação no Ministério Público do Trabalho, na qual expõem todas as irregularidades cometidas pelos Diários Associados e solicitam a nomeação de um administrador para pôr ordem no caos administrativo da empresa. Os sindicatos questionaram também a formação pela empresa de uma comissão de trabalhadores para negociar redução de salários, à revelia dos sindicatos.
Kerison elogiou a mobilização dos trabalhadores da TV Alterosa e disse que ela serve de exemplo para os trabalhadores do jornal Estado de Minas. “Neste momento só a mobilização impedirá que os trabalhadores sejam punidos pela irresponsabilidade na administração da empresa”, disse. “Qualquer redução de salários tem que começar pelos condôminos, que têm salários milionários”, acrescentou.
O Sindicato dos Radialistas teve participação efetiva na organização e mobilização da assembleia, com a participação de vários diretores. Um carro de som emprestado pela CUT serviu para que as falas alcançassem não só os funcionários, mas também todos que passavam pela Avenida Assis Chateaubriand no momento do protesto.
Anderson Rocha, diretor do Sindicato dos Radialistas, denunciou durante a assembleia que os empregados dispensados não receberam até hoje o abono convencional e por isso o departamento jurídico ingressou com uma ação coletiva pleiteando o recebimento.
(Crédito da foto: Aloísio Morais.)