Tribuna de Minas, em Juiz de Fora, já dispensou 14 jornalistas

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A Tribuna de Minas, maior e mais antigo jornal em atividade em Juiz de Fora, dispensou nesta terça-feira 9/6/15 mais três jornalistas. A alegação da empresa é corte de despesas motivado por dificuldades financeiras. As demissões no jornal, desde o segundo semestre de 2014, já somam 14 jornalistas, mais de um terço do total da redação. Além da perda do emprego, os cortes representam prejuízos para os jornalistas que permaneceram, que trabalham mais e sob temor de dispensa.

Na última leva, foram dispensados uma repórter, que estava voltando de licença maternidade, um fotógrafo e um arte-finalista. Ao todo, o jornal demitiu oito repórteres, dois fotojornalistas, uma editora e três diagramadores. Também houve demissões em outras empresas do mesmo grupo: Rádio Solar FM e CBN AM (antiga Rádio Solar AM).

“Lamentamos profundamente que essas demissões tenham ocorrido no meio do processo de negociação do acordo coletivo”, disse o presidente do Sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Ricardo Miranda. A data-base da categoria é 1º de maio, mas como na cidade não existe sindicato patronal, o Sindicato dos Jornalistas faz acordos empresa por empresa.

Segundo Ricardo, o jornal sinalizou com o fim das dispensas, sugerindo que já fez os cortes que pretendia. “Esperamos que as demissões sejam estancadas e que as relações de trabalho sejam preservadas”, disse, informando que o primeiro caderno do jornal, que tinha 12 páginas, agora sai com apenas oito.

Entre os jornalistas que continuam na empresa, o ambiente é “horrível”, de acordo com um relato. Repórteres sofrem pressões dos editores para produzir pelos que saíram e assim “evitar novas demissões”. “Trabalhamos em dobro e com uma grande pressão na cabeça.”

As dificuldades econômicas alegadas pelo jornal para corte em pessoal e precarização das condições de trabalho não o impediram de inaugurar uma sede nova, em área nobre da cidade, em 2014, conforme se lê neste link: http://www.tribunademinas.com.br/coluna-31-060000-08-2014/. O sentimento dos jornalistas é de que a empresa optou pela “embalagem com status em detrimento do conteúdo e lado humano”.

 

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