Amantes da moda reivindicam que a indústria mundial tenha uma atuação limpa celebrando o segundo “Dia da Revolução da Moda”.
O Fashion Revolution (Revolução da Moda) é um movimento criado em Londres pela britânica Carry Somers e pela italiana Orsola de Castro, designers e ativistas pela sustentabilidade na moda.
No dia 24 de abril de 2013, desabou o Rana Plaza, em Bangladesh, um edifício que abrigava diversas fábricas de roupas que produziam, em larga escala, para renomadas marcas globais. O colapso deixou mais de 1.133 trabalhadores têxteis mortos e outros 2.500 feridos.
Este foi o ponto de partida para se criar o Fashion Revolution: evitar mais acidentes do gênero e não deixar essas mortes caírem no esquecimento da mídia, das indústrias e de todos nós, consumidores. Por isso, quando a tragédia estava prestes a completar um ano, as ativistas estabeleceram que o 24 de abril passaria a ser marcado como o Fashion Revolution Day (Dia da Revolução da Moda), com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu real impacto, da produção ao consumo. E também mostrar ao mundo que a mudança é possível, celebrando pessoas que já estão criando um futuro melhor para a moda. Criar conexões e trabalhar rumo às mudanças de longo prazo, exigindo transparência na indústria.
O principal mote da campanha é um incentivo para pararmos para pensar em quem fez as nossas roupas, já que catástrofes sociais nas cadeias de fornecimento da indústria têxtil persistem em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Já é de nosso conhecimento o cenário de violações de direitos a que os trabalhadores da indústria do vestuário são submetidos, pelos altos índices de informalidade, o trabalho escravo ou análogo, as péssimas condições nas oficinas de costura, os ganhos desproporcionais ao valor comercial das peças e ainda muito inferiores ao necessário para garantir condições mínimas de sobrevivência. E é uma indústria que abriga um em cada seis trabalhadores.
Para incentivar a reconexão de toda a indústria, as fundadoras do Fashion Revolution uniram-se a um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável, ativistas, imprensa, acadêmicos e interessados em geral, e o movimento começou a crescer em todo o mundo. Agora já são quase 70 países engajados em passar a mensagem e agir em prol da moda consciente.
Além do fator social, as consequências do modelo do fast fashion afetam também as questões ambientais. O elevado e acelerado ritmo de produção, consumo e descarte de vestuário, a preços baixos, aumenta, significativamente, o consumo de água, energia, produtos químicos e a geração de poluição e resíduos, provocando uma elevada pegada de carbono em todo o ciclo de vida dos produtos.
“Quando tudo na indústria da moda está focado em fazer lucro, os direitos humanos, o meio ambiente e os direitos dos trabalhadores se perdem. Isso tem que parar e nós pretendemos mobilizar as pessoas ao redor do mundo para fazer perguntas. Descobrir. Fazer algo a respeito. A compra é apenas o último passo em uma longa jornada que envolve centenas de pessoas: a força de trabalho invisível por trás das roupas que vestimos. Nós não sabemos mais quem são as pessoas que fizeram as nossas roupas. Assim, é fácil fechar os olhos e, como resultado, milhões de pessoas estão sofrendo, até mesmo morrendo”, diz Carry Somers, uma das fundadoras.
Orsola de Castro, também co-fundadora, explica: “Nós acreditamos que saber quem fez as nossas roupas é o primeiro passo para transformar a indústria da moda. Isso requer transparência e implica em abertura, honestidade, comunicação e responsabilidade. É sobre reconectar links quebrados e celebrar a relação entre os clientes e as pessoas que fazem as nossas roupas, sapatos, acessórios e joias – todas as coisas que nós chamamos de Moda”.
Fernanda Simon, coordenadora da equipe no Brasil, reforça que “a conscientização é a palavra-chave. Vivemos em uma sociedade que nos bombardeia com informações que nos induzem ao consumo inconsciente. O modelo social dificulta o entendimento de que a insustentabilidade pela qual nosso planeta passa está diretamente ligada às ações do dia a dia, inclusive fortemente relacionada à maneira como consumimos nossas roupas”.
Fashion Revolution Day 2015
Agora em 2015, o movimento se prepara para a segunda edição do Fashion Revolution Day, no próximo 24 de abril. Inúmeras pessoas ao redor do mundo irão questionar as marcas sobre os seus compromissos com a transparência e a ética na extensão de toda a cadeia de valor – desde a origem das matérias-primas, agricultores, trabalhadores das fábricas e confecções, fornecedores, até chegar aos consumidores.
A campanha convida todos os amantes da moda a tomarem uma atitude. Como? Faça uma foto com uma de suas roupas favoritas, vestida ao avesso, e com a etiqueta aparecendo. Envie a foto para a marca através das mídias sociais, perguntando “quem fez minhas roupas?” e usando as hashtags da campanha: #fashrev, #whomademyclothes e #quemfezminhasroupas. Dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo participaram em 2014 e muitas mais são esperadas para essa segunda edição.
Esse é apenas o início de muitos anos de transformação positiva e colaboração de toda a indústria. Para marcar o dia e conectar apoiadores com produtores de roupas de todo o mundo, está prevista uma série de eventos físicos, em diversos países, e online, pelas mídias sociais. No ano passado, a campanha atingiu o “trending topics” no twitter, além de muito engajamento da imprensa. No Brasil, apoiadores e simpatizantes estão organizando encontros e outras atividades em mais de 10 cidades, em diversos Estados.
Para participar e saber mais, acompanhe as publicações em nossas mídias e consulte o calendário de eventos e atividades.
Evento Fashion Revolution Day 2015 – Belo Horizonte
Data: 24 de abril de 2015, sexta-feira
Horário: 19 horas
Local: Casa dos Jornalistas de Minas – Avenida Álvares Cabral, 400 – Centro, BH/MG
Entrada gratuita
19h – Abertura Oficial
Apresentação e Mediação do Evento – Sindicato dos Jornalistas
Valéria Said – Professora de ética, articulista e jornalista engajada no movimento Slow Fashion
Apresentação da campanha Fashion Revolution e dos Impactos Socioambientais da Indústria da Moda
Bruna Miranda – Jornalista, idealizadora do projeto Review – Slow Lifestyle & Estilo Sustentável e responsável pela comunicação da campanha no Brasil.
19h15 – Mesa Redonda: Alternativas e Soluções Sustentáveis para o Design de Moda
Luciana Duarte – Mestra em Engenharia de Produção e Designer de Produto. Autora do site Moda Ética. Organizou em Belo Horizonte o projeto The Street Store. Desenvolve projetos em Design e Engenharia para a Moda.
Ana Sudano – Designer em sua marca Grama Roupas Ecológicas.
Lyz Beltrame – Designer de joias, criou as Joias de Vida, feitas sob o conceito do Slow Fashion e atendendo a preceitos de emotional design e sustentabilidade.
Iáskara Isadora – De sua marca homônima, cria vestidos de noiva reutilizando sacos de cimento
Áurea Lúcia Design – Marca brasileira de moda sustentável/estilo consciente, com peças produzidas com fibras renováveis, materiais com nível reduzido de insumos de produção e incentivo ao cultivo de fibras naturais orgânicas.
Manu Romano – De sua marca Otra Cosa Mariposa, cria acessórios com reaproveitamento de materiais, como cacos de azulejos.
20h15 – Mesa Redonda – Guarda Roupa Sustentável e Consumo Consciente na Moda
Amanda Mendes – Formada em Design de Moda, é consultora de Imagem e Proprietária do Dorotea Brechó.
Gil Sotero – Jornalista, diretor no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e blogueiro no BH Bicycle Chic e Camisa de Chita, dedicados ao bicycle lifestyle em Belo Horizonte, em que incentiva o uso da bicicleta como forma de transporte para melhorar a qualidade de vida da população nos centros urbanos e transformar nossas metrópoles em cidades mais humanas.
Zeca Perdigão – Produtor e editor de moda, figurinista de cinema, teatro e publicidade, há 40 anos na área. Foi um dos fundadores do primeiro curso de Moda da UFMG, tendo realizado mais de 200 desfiles e centenas de editorias de moda para revistas e jornais. É professor de criatividade na moda, debatedor de TV e criador da revista Finalmente art Magazine, Circuito da Moda e Estilo.
Bruna Miranda – Jornalista, idealizadora do projeto Review – Slow Lifestyle & Estilo Sustentável e responsável pela comunicação do Fashion Revolution no Brasil.
21h – Exposição/Workshop: Profissional dá dicas e conta como trabalha refazendo roupas, com a Customização e o Upcyling.
Maria do Carmo – Estilista e Costureira, especialista em transformar roupas antigas em novas peças, com nova modelagem, também incentivando a reutilização. Pratica o “upcycling” para o projeto mineiro Review.
Durante todo o evento: exposição “Quem Fez Minhas Roupas?” Marcas e estilistas contam e mostram como fazem a diferença na Moda com suas criações Éticas/Sustentáveis.
21h15 – Após a programação, durante o *Lounge, os designers estarão à disposição para conversar e apresentar seus trabalhos.
Ana Sudano – Grama Roupas Ecológicas
Lyz Beltrame – Designer de joias, criou as Joias de Vida, feitas sob o conceito do Slow Fashion e atendendo a preceitos de emotional design e sustentabilidade.
Iáskara Isadora – De sua marca homônima, cria Vestidos de Noiva reutilizando sacos de cimento
Áurea Lúcia Design – Marca brasileira de moda sustentável/estilo consciente, com peças produzidas com fibras renováveis, materiais com nível reduzido de insumos de produção e incentivo ao cultivo de fibras naturais orgânicas.
Manu Romano – De sua marca Otra Cosa Mariposa, cria acessórios com reaproveitamento de materiais, como cacos de azulejos.
Greenpeace BH – Um grupo de pessoas que acredita que é mais do que um desejo, mas nossa obrigação, fazer algo para que o mundo possa ser um lugar melhor para todos nós. Voluntários pelas causas da ONG Greenpeace, acreditam nos confrontos não-violentos e criativos para chamar a atenção das pessoas e autoridades para um determinado problema. Dessa forma, incentivam e desafiam empresas e governos a mudarem de atitude, pressionando-os a encontrar novas soluções para antigos problemas, e as pessoas a agirem e mudarem seu comportamento no dia-a-dia.
* Após as Mesas Redondas, teremos um Lounge para troca de ideias, networking e produção de fotos com as roupas ao avesso e com os cartazes oficiais da campanha.
22h – Finalização e Agradecimentos
– Receberemos doações de roupas que serão encaminhadas ao Núcleo Assistencial Caminhos Para Jesus.
* Agradecimento Especial à Casa dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas de Minas – representados aqui por Valéria Said e Gil Sotero – pelo apoio à campanha e à produção e divulgação do evento e por cederem o espaço para a sua realização.
SERVIÇO
Fashion Revolution Day Brasil – 24 de Abril de 2015
Para participar online é muito fácil:
1. Tire uma foto com alguma peça de roupa do lado avesso.
2. Poste em suas redes sociais perguntando à marca: “QuemFezMinhasRoupas”? Use as hashtags #whomademyclothes, #quemfezminhasroupas e #FashRev
Você também pode apoiar através do Thunderclap:
https://www.thunderclap.it/projects/24095-who-made-my-clothes
https://www.thunderclap.it/projects/23596-quem-fez-minhas-roupas
Confira as fotos do primeiro Fashion Revolution Day pelo mundo no nosso site, twitter, facebook e instagram. Inspire-se.
Para mais informações ou para marcar entrevistas por favor entre em contato:
Bruna Miranda – Comunicação – fashionrevolution.br@gmail.com (+55 31 7312-3535)
Fernanda Simon – Coordenação – brasil@fashionrevolution.org (+55 11 95776-8881)
fashionrevolution.org
facebook.com/fashionrevolution.brasil
twitter.com/Fash_Rev_BRASIL
instagram.com/fash_rev_brasil
youtube.com/watch?v=8VV_XArfReA
Nota para os editores:
– Uma recente pesquisa realizada pela Walk Free Foundation mostra que 78% dos consumidores brasileiros deixariam de optar por determinadas marcas se soubessem que sua produção é realizada com a exploração de trabalhadores. Destes, 49% afirmam que pagariam até 10% a mais por suas marcas favoritas se soubessem que elas atuam isentas dessa condição.
– Em uma entrevista da Eurobarometer, da Comissão Europeia (Jan 2015), 85% dos entrevistados acreditam que é importante ajudar as pessoas nos países em desenvolvimento e 69% acreditam que a luta contra a pobreza nesses países também tem uma influência benéfica sobre os cidadãos.
[…] e direitos humanos com jornalistas, estilistas, designers e arquitetos engajados no movimento (http://www.sjpmg.org.br/2015/04/fashion-revolution-day-2015/). Nesta edição em BH, além de discutir alternativas e soluções sustentáveis no campo da moda […]