Jornalista enfrentou atentado a bomba na sede do sindicato em 1980
Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, entre 1980 e 1981, o jornalista Paulo Lott, de 90 anos, faleceu na madrugada de domingo, dia 12, em Belo Horizonte. Lott assumiu a liderança da entidade no momento em que se iniciava o fim da ditadura militar.
Um dos marcantes momentos vividos por Lott à frente do Sindicato dos Jornalistas de Minas, aliás, completou 40 anos em 2023. Ele era o presidente da entidade quando a sede da organização foi alvo de um ataque a bomba. O artefato explodiu a porta de jacarandá do local. A explosão, ocorrida durante a noite, não deixou nenhum ferido.
“Lott pegou pela frente uma pauleira, enfrentada com muita coragem”, disse a ex-presidente do SJPMG, Alessandra Mello.
Quarenta e três anos depois, o ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais Paulo Lott doou uma relíquia das mãos à atual gestão da entidade. Um pedaço da porta de jacarandá da sede do sindicato, localizada na avenida Álvares Cabral, que foi explodida por uma bomba em 1980, durante a Ditadura Militar.
Presidente da entidade à época do atentado, Lott guardou parte da porta danificada e a transformou em um totem, entregue ontem por ele à atual presidenta do SJPMG, Alessandra Mello. Também participou do encontro, o ex-presidente do Sindicato e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Washington Mello.
Paulo Lott foi jornalista, professor e atuou em vários cargos públicos, como o de secretário de governo do prefeito de BH, na gestão de Célio de Castro. Presidiu o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais entre 1980 e 1981.
A ligação de Lott com a Magistratura sempre foi muita estreita. Ele ingressou no Judiciário como escrevente da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte, em 1950, então com 18 anos.