Os sindicatos que representam os jornalistas, gráficos, administradores e radialistas reuniram-se nesta terça, 16, na Casa de Jornalista, para debater as mudanças nos Diários e Emissoras Associados e as ações que serão tomadas pelas entidades de classe para evitar a dilapidação do patrimônio do grupo de mídia e garantir o cumprimento dos direitos trabalhistas. Participaram da reunião, José Alves, dos Gráficos; Marcos Jacob; da Administração, e Francisco Pereira dos Radialistas, além de Alessandra Melo e Lina Rocha, do Sindicato dos Jornalistas de Minas.
O grupo Associados é alvo de uma investigação da Fazenda Nacional que apura esvaziamento patrimonial, transações fictícias, negócios simulados e fraude contábil. Há muito o grupo não quita salários em dia; deve Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); e não paga nem abono de férias nem verba rescisória. A dívida fiscal dos Associados é de cerca de R$ 380 milhões. Somente as ações coletivas contra a redução salarial ilegal feita pelo grupo em 2016 estão calculadas em cerca de R$ 55 milhões.
A reunião dos representantes sindicais aconteceu cinco dias depois que os condôminos dos Diários e Emissoras Associados, reunidos em Brasília, decidiram trocar a direção do condomínio, nomeando o jornalista Josemar Gimenez para presidente do grupo. Ele assumiu também a presidência dos Associados em Minas.
Na reunião de ontem, os sindicatos decidiram solicitar uma reunião com o novo comando para apresentar suas pautas. As entidades representativas dos trabalhadores esperam que o tratamento dispensado a eles seja, a partir de agora, mais respeitoso por parte das chefias da redação, administração e parque gráfico; que os salários sejam colocados em dia; que as férias voltem a ser pagas; que não haja pressão para a assinatura de acordos trabalhistas desfavoráveis e que o diálogo seja retomado em busca de solução dos problemas, que se avolumam.
O interesse dos sindicatos que representam os trabalhadores é discutir maneiras de quitar todos os débitos e garantir o emprego e os direitos de seus representados. Os sindicatos não vão aceitar também que alguns diretores e condôminos dos Associados façam retiradas milionárias na empresa, enquanto o trabalhador não recebe nem o seu salário.