O jornalismo mineiro perdeu Flávio Friche, que faleceu ontem, aos 76 anos, vítima de pneumonia. Flávio trabalhou no jornal Estado de Minas, na Rede Minas de Televisão e nas sucursais mineiras da revista Veja e dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. Foi também assessor da presidência da Associação Comercial de Minas e da Assembleia Legislativa de Minas e presidente da Casa de Jornalista de Minas Gerais.
Flávio também prestou assessoria em comunicação às secretarias de Estado de Planejamento, Indústria e Comércio e Educação; à Rede Globo Minas e à Fundação Clóvis Salgado. Em Brasília, foi assessor de Comunicação do Ministério da Indústria e do Comércio. Flávio Friche foi casado com a também jornalista Joana Friche, já falecida. Não podendo ter filhos, adorava os filhos dos irmãos, das irmãs, dos amigos
Junto com o jornalista Manoel Guimarães e a historiadora Maria Auxiliadora Faria, Flávio Friche foi autor do livro José Mendonça – a vida revelada, biografia do jornalista José Mendonça, um dos fundadores do curso de comunicação social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais (SJPMG). Sob o pseudônimo de Yamanis Gorri, Flávio Friche escreveu Escritores famosos e autores anônimos, em que faz um passeio sobre a motivação de que uma série de conhecidos escritores teve para escrever.
Manoel Guimarães, seu parceiro na biografia de José Mendonça, revela uma curiosidade sobre o ingresso de Flávio Friche como aluno do curso de jornalismo da UFMG. Na época, quem faltasse a uma das provas, seria automaticamente eliminado. Por distração, ele acabou perdendo uma das provas, o que, teoricamente, teria causado sua eliminação. O que o salvou, segundo Manoel Guimarães, foi que no teste psicotécnico, que era exigido para ingresso na universidade, sua avaliação foi tão acima da média, que a coordenação do vestibular decidiu aprová-lo mesmo tendo ele faltado a uma das provas.
Pronto para ser publicado, Flávio Friche deixou o livro Rumo à pátria sem fronteiras: acima do céu estrelado, definido por Manoel Guimarães como uma descrição da história da humanidade. O livro estava pronto para ser lançado. Alguns exemplares foram distribuídos por familiares durante o velório do jornalista, ocorrido no velório da Santa Casa, em Santa Efigênia. Seu corpo foi cremado.
No texto de apresentação, Flávio Friche define o livro como uma reflexão sobre a vida e o destino do ser humano na Terra. Para ele, trata-se de uma reflexão necessária tendo em vista a encruzilhada histórica em que, no entender de Flávio Friche a humanidade se encontra, dividida entre a civilização e a barbárie.
Alguns de seus amigos e colegas jornalistas assim se manifestaram sobre ele:
Um agregador
“Era de uma inteligência sem igual; uma pessoa culta, um profissional muito competente. Era um agregador, um fazedor de grandes amizades e dono de um texto invejável.” (Vilma Fazito)
Pessoa generosa
Flávio sempre foi, além de muito capacitado, uma pessoa generosa, atenciosa e solícita, especialmente conosco, que não tínhamos muita experiência no início da profissão. Que siga em paz em sua trajetória de luz e de amor!” (Orion Teixeira)
Gentileza em pessoa
“As principais lembranças do Flávio são seu bom humor e sorriso e sua inteligência. Convivemos anos na Assembleia Legislativa, onde foi o gostwriter de vários presidente da Casa. Uma grande figura humana. Gentiliza em pessoa.” (Lúcio Perez)
Criativo, amigo e sempre presente
“Foi uma das pessoas mais sensíveis e inteligentes que conheci. Criativo, amigo e sempre presente. Texto brilhante.” (Manoel Guimarães)
Texto brilhante
“Trabalhei com o Flávio na Associação Comercial de Minas e na Assembleia Legislativa. Era muito culto e tinha um texto brilhante. Aprendi muito com ele. Era um ótimo companheiro de boteco e dono de uma grande generosidade.” (Jurani Garcia)
Um grande profissional
“Flávio era um sujeito arejado e doce, além de um grande profissional. Conviver com ele por um tempo, no passado, foi uma bênção.” (Eduardo Campos)