Os radialistas e jornalistas da Rádio Inconfidência conquistaram um novo Plano de Cargos e Salários (PCS) depois de uma greve que durou sete dias e que tirou parte da programação da emissora do ar. O ponto central do Plano é que ele inclui os radialistas e impede a terceirização da atividade-fim da emissora.
Depois de paralisar suas atividades, em meio às comemorações dos 85 anos da emissora pública, um novo PCS passou a ser discutido, atendendo à principal reivindicação dos trabalhadores: a garantia do enquadramento de todos os técnicos radialistas concursados no plano, sem discriminação.
Mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) depois do movimento paredista, o novo plano foi construído e aprovado no fim do ano passado pelo Conselho de Administração da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), que reúne Inconfidência e Rede Minas. Em janeiro o plano foi apresentada aos sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas, que atuaram em conjunto nessa luta, e na sequência ao MPT.
O plano aguarda agora a sanção da Diretoria Central de Governança de Estatais da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais e, posteriormente, do Comitê de Orçamento e Finanças (Cfin), para que seja publicado. Além de impedir a terceirização da atividade-fim da rádio, exercida pelos concursados, ele prevê um incremento salarial ao longo da carreiras para os trabalhadores da rádio.
Para o diretor do Sindicato dos Radialistas de Minas Gerais, Fernando Neves, essa é uma vitória da luta coletiva e um reflexo da união entre os trabalhadores da notícia e as entidades de classe no Estado. A presidenta do Sindicato dos Jornalistas, Alessandra Mello, também comemorou o resultado. “Sem luta coletiva, união e mobilização a gente não consegue nada. Essa greve é uma prova cabal disso”, afirma.
Os sindicatos contaram também com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de diversas entidades de classe e movimentos sociais, que se uniram em defesa dos radialistas e jornalistas da comunicação pública em Minas Gerais