Pela natureza da profissão, muita gente acha que as doenças do coração são as que mais matam jornalistas. Mas não é verdade. A principal causa da morte de profissionais da imprensa em Belo Horizonte é o câncer. Nos últimos dois anos, entre fevereiro de 2022 e março de 2024, o câncer tirou a vida de oito jornalistas, todos de saudosa lembrança: João Paulo Cunha, Sérgio Amaral, Sérgio Prates, Régis Gonçalves, Júlio Baranda, Eliane Faccion, Carlos Eduardo Cherem e Vanessa Brasil. As demais causas foram problemas pulmonares (quatro mortes), doenças relacionadas ao coração (duas mortes) e infecções urinárias (dois casos). Um falecimento, o do jornalista Adival Coelho, pela idade avançada (96 anos), pode ser definido como tendo ocorrido por causas naturais.
A preocupação em relação ao câncer foi detectada pelo jornalista Marcelo Freitas, que é responsável pela produção dos obituários dos jornalistas que falecem. Ele afirma que, em determinado momento, em 2023, quando chegava ao Sindicato dos Jornalista a notícia do falecimento de algum colega, não indagava mais qual era a causa mortis, e sim, qual tinha sido o tipo de câncer.
Isso o levou a procurar uma das principais instituições de tratamento do câncer em Belo Horizonte, o Instituto Mário Penna, que se tornou parceiro do evento desta terça-feira, 16, no qual o chefe da Oncologia do Instituto Mário Penna e também do Hospital Madre Teresa, Elias Lima, irá explicar como é possível prevenir a doença.
Casos em alta
Hoje, as doenças que mais matam são as do coração e as do pulmão. Mas os casos de câncer estão aumentando ano após ano, no mundo e no Brasil também. Para 2024, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) são de que o país tenha 704 mil novos casos e que, na próxima década, o câncer se torne a principal causa de mortes no mundo. Daí, segundo Elias Lima, a importância da prevenção.
“Hoje a gente tem diversos exames que podem ser utilizados no diagnóstico precoce, que é fundamental para o aumento das taxas de sucesso do tratamento”, afirma o coordenador de Oncologia do Instituto Mário Penna e do Hospital Madre Teresa. Ele destaca o evento como um momento importante em que as pessoas saberão como fazer a prevenção e ficar em dia com a saúde.
“Fui salva pela prevenção”
Quem passou pela experiência de ter sido bem-sucedida no tratamento de um câncer de mama é a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Lina Rocha. “Fui salva pela prevenção” afirma Lina, que no evento irá relatar sua própria história, para que sirva de exemplo do quanto o cuidado com a saúde é importante.
Lina explica que o debate desta terça insere-se entre as prioridades do Sindicato, que é a de zelar pela saúde física e mental dos jornalistas. Por isso, ressalta, a entidade se organizou para a realização do evento que, segundo espera, acenda uma luz sobre a importância do autocuidado no dia-a-dia de uma jornada de trabalho que costuma ser exaustiva.
Serviço
Palestra sobre prevenção do câncer
Terça-feira, 16 de abril, às 19h30
Sindicato dos Jornalistas de Minas: av. Álvares Cabral, 400, Centro, Belo Horizonte