Movimentos marcam jornada de manifestações em março

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Após ataques bolsonaristas extremistas na capital federal, ato reuniu milhares de pessoas em defesa da democracia no ano passado em São Paulo - Gabriela Moncau
Após ataques bolsonaristas extremistas na capital federal, ato reuniu milhares de pessoas em defesa da democracia no ano passado em São Paulo - Gabriela Moncau

Anistia, genocídio palestino e por justiça para Marielle Franco são parte da pauta de atos agendados para março

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Depois do ato convocado por Jair Bolsonaro que reuniu aliados políticos e apoiadores na Avenida Paulista, no último domingo (25), o mês de março tem datas marcadas para a mobilização dos movimentos populares de esquerda como resposta. Atos para cobrar punição dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro devem acontecer no 23 de março, dias antes do aniversário do golpe militar de 1964. 

O calendário inclui, para além da afirmação da democracia e justiça, a comemoração ao dia da mulher e a defesa do povo palestino, que sofre com o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.

Raimundo Bonfim é coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e membro da coordenação nacional da Frente Brasil Popular, uma das organizações que convocam as manifestações. Ao Brasil de Fato, ele declara que será um dia para reafirmar que não há mais espaço para qualquer ditadura no país.

“Infelizmente, nesses 60 anos de golpe militar, o que nós estamos assistindo é que diversas forças políticas, lideradas pelo ex-presidente da República [Jair Bolsonaro], flertam novamente com o golpe”, lamenta Bonfim. “Vamos lembrar aqui a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 […] e também fazendo a defesa da democracia.”

Para realizar essa defesa, Bonfim considera essencial reforçar a memória sobre o horror de 1964 e da ditadura que “torturou, prendeu centenas de pessoas e militantes, acabou com a liberdade de expressão”.

Bolsonaro, que é investigado por tentativa de golpe, pediu no ato do último domingo anistia aos condenados e processados pelos ataques contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado.

Raimundo Bonfim argumenta que não podemos fazer como em 1979, quando a Lei da Anistia permitiu o perdão para todos aqueles que cometeram crimes políticos no período militar.

“Houve — até compreensível naquele momento — um processo de anistia ampla e irrestrita na qual também os militares, aqueles assassinos, aqueles que torturaram, [que] mataram muita gente no nosso país, foram anistiados”, recorda.

“A gente não pode permitir a possibilidade de novamente ter uma anistia para aqueles que cometeram crimes não só contra a democracia, mas também cometeram os crimes como foi no caso da pandemia, [em] que o ex-presidente da República é responsável por quase a metade daquelas 700 mil mortes no nosso país”, afirma o coordenador da CMP.

“A defesa da democracia deve ser feita nas redes, mas deve ser feita também nas ruas. É por isso que nós estamos iniciando a construção dessa grande jornada de mobilização no mês de março”, segue ele.

Os primeiros atos da jornada já serão no próximo dia 8 de março, celebrando o dia da mulher. A ideia é também realizar manifestações para recordar e cobrar justiça pelo assassinato de Marielle Franco. O crime contra a então vereadora completa 6 anos no dia 14 de março. O conflito em Israel também será uma das pautas da mobilização.

“E culmina com o 23 de março, numa jornada de mobilização com os temas dos 60 anos de golpe, ditadura nunca mais, sem anistia, punição para os golpistas e também o tema da denúncia pelo cessar-fogo e contra o genocídio na Palestina”, lista Raimundo Bonfim.

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