Recuperação do diploma profissional é prioridade para o SJPMG

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Lina Rocha discursa ao tomar posse como presidenta do Sindficato dos Jornalistas Profissionais de MInas Gerais.Foto: Leandro Couri
Lina Rocha discursa ao tomar posse como presidenta do Sindficato dos Jornalistas Profissionais de MInas Gerais.Foto: Leandro Couri

Aqui tem muita memória, e é essa memória que pretendo preservar e convidar as novas gerações para conhecer


Defender a obrigatoriedade da formação específica para o exercício da profissão, o Estado Democrático de Direito e a comunicação pública em Minas. Com estas três prioridades, entre outras, Lina Rocha foi empossada, no dia 23, na presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. O início formal da gestão das novas diretorias do SJPMG e da Casa de Jornalista foi marcado por homenagens aos personagens que tiveram papel essencial na sobrevivência da entidade em quase dez anos. 

Ao suceder a, agora, ex-presidenta Alessandra Mello, ela destacou as dificuldades geradas pelo cenário político, econômico e social. O sindicato, que completa 78 anos em outubro, enfrentou a sua pior crise. Quarta mulher a assumir a presidência, Lina Rocha reconheceu o peso da responsabilidade que terá nos próximos três anos, até 2026. Mesmo com contas equilibradas, voltar a movimentar o ponto de referência dos jornalistas permanece como um objetivo das diretorias recém-empossadas.

Na prática, isso significa recuperar o papel mobilizador e de vanguarda do passado. Entre eventos representativos, a presidenta recordou a greve realizada pela categoria em 1963. Uma das maiores ações lideradas pelo sindicato, a paralisação movimentou 600 trabalhadores da imprensa até garantir a conquista de todas reivindicações. 

Outro evento essencial para entender a importância histórica do SJPMG foi a resistência à ditadura militar, quando a Casa do Jornalista se tornou em ponto de referência de encontros para organizar ações de combate às torturas e assassinatos de presos políticos em Minas, assim como para denunciar censura à imprensa e perseguições à categoria. 

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Eu cresci jornalista, ouvindo rádio durante as manhãs, acompanhando notícias políticas, saindo para coberturas no fim de semana, junto ao meu pai Rubem Ur, jornalista, de quem tenho orgulho de continuar o legado.

Resistência para avançar

“Nestes últimos anos, a entidade enfrentou enormes desafios, fruto de uma conjuntura política e econômica que abalou as estruturas democráticas do Brasil. E se a democracia está em risco, o jornalismo também está”, afirmou Lina Rocha. Ela testemunhou, por dentro, “golpe no coração dado com a reforma trabalhista, que quase inviabilizou a sobrevivência do sindicalismo brasileiro.” Um cenário que foi agravado pela pandemia, responsável por vários problemas trabalhistas até então desconhecidos. 

Para a presidenta do SJPMG, nada foi mais letal como um governo fascista no poder, colocando em risco a democracia do país. “O fascismo detesta críticas e despreza a liberdade de expressão”, ressalta. No cenário de agressões estimuladas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nos quatro cantos do País, a escalada da violência tornou o trabalho do jornalista um risco. “O jornalista que, no exercício do seu ofício, não tem segurança, porque é insultado, tem que esconder seu microfone, sua câmera. Tem medo de apanhar na rua e de ser reconhecido.” 

Compromissos

  • Lutar contra a violência cometida com o jornalista e também pela manutenção do Estado Democrático de Direito, pois a liberdade de imprensa e de expressão é um dos pilares da democracia, que precisa de um jornalismo livre e independente.
  • Defender a volta da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício profissional. 
  • A defesa de uma comunicação pública em Minas é outro grande desafio. Informação é um dever do Estado, um instrumento de interesse coletivo

Posse na Casa de Jornalista

Ambiente de discussões sobre cultura, direitos trabalhistas da categoria, da liberdade de imprensa e democracia, a Casa de Jornalista também deu posse à nova diretoria, liderada por Carlos Barroso (foto). O espaço segue as suas vocações, plural, contemporânea, que acompanha a evolução dos tempos, e com a missão de acolher todas as pautas de luta. 

As pautas abrangem a diversidade de temas, da defesa direitos humanos, de proteção população LGBTQIA+, à defesa dos povos indígenas, dos movimentos negros, as Universidades Públicas, o serviço público, o movimento feminista, os movimentos de preservação do meio ambiente, entre outras.

“A Casa acolhe todos os movimentos por uma sociedade livre, estaremos sempre abertos”, assinalou Lina Rocha ao dar posse à diretoria.

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