O jornalismo entrou na vida do jornalista Eduardo Costa em 1976, quando ele decidiu fazer o curso de Comunicação, e não saiu até hoje. Ao longo desses 46 anos na profissão, ele colecionou dezenas de histórias do mundo do jornalismo. Estas histórias foram reunidas no livro O Ascensorista, que ele lança no próximo dia 1º de julho, sábado, na Casa de Jornalista, na avenida Álvares Cabral, 400, em Belo Horizonte.
A narrativa do livro começa nos anos de 1960, quando Eduardo ainda era criança em Inácia de Carvalho, na época um distrito de Vespasiano, e o pai tinha um caminhão que fazia o recolhimento de leite nas fazendas da região. E termina nos dias de hoje, com seus relatos sobre seu trabalho na rádio Itatiaia e na Band Minas, para o qual foi convidado em fevereiro último.
O título do livro remete ao seu primeiro emprego, o de ascensorista em um hotel localizado no centro da capital, e à própria condição de trabalho do jornalista. “O ascensorista sobe e desce sem reclamar; em questão de segundos conhece a empatia e a grosseria das pessoas que entram e saem do elevador e, principalmente, fica com a sensação de que o melhor está por vir”, afirmou Eduardo Costa.
O livro descreve a primeira experiência profissional de Eduardo, o de estagiário da rádio Guarani destacado para acompanhar a equipe de jornalistas da emissora que foi cobrir o acidente com um ônibus ocorrido entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas. Nessa cobertura, ele fez sua estreia no microfone ao narrar a lista das pessoas que perderam a vida no acidente.
Em “O Ascensorista”, Eduardo conta como era a sua dura rotina de estagiário, na Guarani e no extinto jornal Diário da Tarde; descreve sua transferência, em 1985, para a rádio Itatiaia, onde está até hoje; e sua estreia na TV, como apresentador na Record Minas. Do trabalho como repórter na Itatiaia está a maior parte das histórias que ele relata no livro.
Entre os casos descritos estão os do sequestro do coronel Edgard, em 1990, quando, por pouco, tornou-se refém dos sequestradores; o quase tapa que levou do então governador de Minas, Itamar Franco; e a viagem do Papa João Paulo II, em 1997, quando teve a oportunidade entrevistar o pontífice no avião que o trouxe ao Brasil. O livro traz também histórias de Eduardo Costa como correspondente internacional da Itatiaia, nas coberturas em Cuba, Índia e na China, entre outros países.
O livro é composto não só de boas histórias. Nele estão também as histórias de Eduardo Costa que só os muito próximos dele conhecem, como quando teve que tratar de um câncer; quase perdeu a visão por causa de uma cirurgia de catarata que apresentou complicações no pós-operatório; e sofreu com internação por Covid durante a pandemia.
Eduardo Costa descreve, ainda, como foi a transferência do comando da Itatiaia, de Emanuel Carneiro para o atual controlador da emissora, Rubens Menin, e afirma que hoje, aos 67 anos de idade, sua missão no jornalismo está perto de ser concluída. Sobre o futuro, Eduardo Costa não se considera nem um otimista bobo, nem um pessimista chato, mas, como ensinou o escritor Ariano Suassuna, um “realista esperançoso”.