Álvaro Teixeira da Costa não é mais o diretor-presidente dos Diários Associados, grupo de mídia responsável por veículos como os jornais Estado de Minas e Correio Braziliense e também pela TV Alterosa. Em seu lugar assume o jornalista Josemar Gimenez, um dos condôminos, até então responsável pela Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, também pertencente aos Associados.
Além de presidir o grupo nacionalmente, Josemar também assume o comando dos Associados Minas. O diretor-executivo Geraldo Teixeira da Costa Neto, conhecido como Zeca, também não dirige mais nenhuma das empresas jornalísticas do grupo, afundado em dívidas trabalhistas e fiscais, mas permanece, juntamente com seu pai, como condômino.
A desculpa oficial para a saída de Álvaro Teixeira do comando é uma regra do grupo que aposenta compulsoriamente os condôminos em cargos de direção aos 80 anos, mas por trás dessa troca está a decadência financeira dos Associados, alvo de dezenas de ações trabalhistas e fiscais. A gota d’água para a queda dos Teixeira foi uma operação da Fazenda Nacional, batizada de “Diários da Fraude”, que investiga esvaziamento patrimonial, transações fictícias, negócios simulados e fraude contábil.
Essa operação bloqueou na Justiça Federal os bens dos condôminos, muitos deles pegos de surpresa pelo valor do rombo e pelas operações que o comando do grupo vinha realizando.
Somente a dívida fiscal dos Associados está em torno de R$ 380 milhões. As trabalhistas, resultantes das ações coletivas movidas pelos sindicatos em Minas Gerais contra o grupo no estado, ultrapassam a casa dos milhões.
A expectativa dos Sindicatos que representam os trabalhadores dos Associados Minas é que a queda dos Teixeira da Costa retome o diálogo com as entidades de classe para tentar solucionar os problemas, que são muitos.
O grupo cortou ilegalmente os salários dos trabalhadores, e, por isso, responde na Justiça por dívidas milionárias; não paga abono de férias desde 2016; não recolhe FGTS e raramente paga o salário em dia.
Além disso, teve que assinar, recentemente, um acordo judicial se comprometendo a não assediar trabalhadores para que eles assinem acordos de demissão prejudiciais.
Josemar Gimenez se apresentou aos trabalhadores do grupo em Minas e se comprometeu a regularizar o mais breve possível os salários sempre pagos em atraso e retomar o diálogo com as entidades de classe para tentar solucionar os inúmeros problemas.