Casa de Jornalista recebe Mostra Cinemas do Brasil, que homenageia os antigos cinemas de rua do País e resgata memórias afetivas
Os cinemas de rua fizeram parte da realidade das cidades brasileiras até por volta dos anos de 1990, quando os shopping centers engoliram este importante espaço cultural. Quem quer conhecer o que foram os cinemas de rua tem um encontro marcado com a Mostra Cinemas do Brasil, neste sábado e domingo, na Casa de Jornalista. Quem conheceu, pode matar a saudades das amplas salas de exibição, onde se podia entrar na primeira sessão do dia e assistir o mesmo filme quantas vezes quisesse.
A primeira mostra foi realizada em 2019 em 42 cidades brasileiras. A segunda, em 2020, se realizou no formato on-line e num drive in em Sergipe. Depois de ficar disponível no canal da produtora na internet, em 2021 e 2022, a terceira está chegando, presencialmente, às cidades brasileiras, cujo público terá a oportunidade de ver três dezenas de filmes que homenageiam os cinemas de rua do país, enfocando a situação desses equipamentos sociais – que, em grande parte, estão com as portas fechadas – e, sobretudo, as impressões que eles deixaram na memória afetiva das pessoas.
O projeto Mostra Cinemas do Brasil foi idealizado e é coordenado por Eudaldo Monção Jr., da Memorabilia Filmes; nesta terceira edição, teve a curadoria da jornalista Priscila Urpia, integrante do coletivo #CineRuaPe. Em Belo Horizonte, está sendo apresentado pelo Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG), Instituto Humberto Mauro e Projeto Dona, das cineastas Sarah Hellen e Sofia Marinho.
Mais de 200 produções de todo o país, entre documentários, ficcionais e experimentais, se inscreveram na 3ª Mostra Cinemas do Brasil. Os curadores agruparam os filmes segundo vários recortes: diálogos com o cinema, cinema de rua e novas mídias, cinema em toda parte, memórias do cinema, por trás da tela, protagonistas de cinema, sessão proibida e subúrbio em transe. Mas na capital a programação original sofreu uma adaptação para que pudesse ser cumprida durante apenas dois dias, um sábado e um domingo, numa verdadeira maratona cinematográfica.
No sábado, dia 4 de março, a mostra começa às 12h, com uma exposição de fotos de cinemas de rua, feirinha de DVDs e apresentação de peças de um museu de cinema. De 13 às 14h15, ocorre a sessão Diálogos com o Cinema e Novas Mídias, com apresentação dos filmes “A Gal and a Gun”, “8 Quadras”, “Dias de Glória”, “Uma Invenção Sem Futuro” e “101%”. De 14h50 às 16h50, haverá a sessão Cinema em Toda Parte, com os filmes “Guarany: Eu Sou o Menino do Cinema Paradiso”, “Ojú Onà”, “Salas Universitárias de Cinema no Brasil”, “Vozes da Memória” e “4 Bilhões de Infinitos”.
De 17h30 às 18h10, acontece a última sessão do dia, chamada Sessão Proibida, com os filmes “Rua da Carioca, 49”, “Em Busca do Gozo Perdido” e “Cineminha”. De 14h15 às 14h50, e de 16h50 às 17h30, funcionará uma instalação, com apresentação numa sala imersiva do filme “Cine Metro”. O encerramento se dará às 19h.
No domingo, a programação se repete com outros filmes, abertura às 12h e encerramento às 19h. De 13h às 14h haverá a sessão Memórias de Cinema, com apresentação dos filmes “Cinema é Drops”, “Adeus Paissandu”, “Cinemas de Rua de Aracaju”, “Cultural” e “Cine Morto”. De 14h30 às 16h20, na sessão Protagonistas do Cinema, serão exibidos os filmes “A Rosa Púrpura de Fradique”, “Marius Bells em Cartaz”, “Coleção Preciosa”, “Drops Cine Marrocos”, “Cine Aurélio”, “O Projecionista” e “Abelardo”. E de 17h às 18h40, a última sessão, Subúrbio em Transe, com os filmes “Cine Guaraci”, “Cine Vaz Lobo” e “Cine Art 7: Os Rascunhos da Memória”. Nesse dia, a experiência imersiva, com o filme “Metro”, acontecerá entre 14h e 14h30, e entre 16h20 e 17h.
Durante todo o tempo, o público poderá visitar a exposição de fotos, a feirinha de DVDs e o museu de cinema. A pipoca será de graça, e a entrada é franca.
Fotos de Gabriel Werneck in https://drive.google.com/drive/folders/1T7CCFtUbe4QYGEhgF0DqLAHTGO1ZmjKG?usp=share_link