São Paulo: TRT vai julgar demissões no R7 e Record tem que negociar escala de plantão

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A audiência de conciliação por conta da demissão em massa de quase 30 trabalhadores e trabalhadoras do portal R7 terminou sem acordo entre a Rede Record e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Diante do impasse na audiência ocorrida na tarde desta terça-feira (19), no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2-SP), o desembargador Carlos Roberto Husek deu prosseguimento ao processo e o julgamento das demissões e do pedido de reintegração feito pelo SJSP está previsto para o final de janeiro.

O desembargador manteve a decisão liminar proibindo novas demissões no R7 até que ocorra o julgamento e a empresa terá que se reunir com o Sindicato em 11 de janeiro para negociar a mudança de escala de plantão de final de semana que a Record quis impor arbitrariamente aos jornalistas. Além disso, a alteração na escala, que a Record queria implantar a partir de 5 de janeiro, está suspensa até a reunião entre a empresa e o SJSP.

Durante a audiência, os representantes da emissora tentaram alegar que as demissões já estavam previstas devido a uma mudança na linha editorial que ocorre desde agosto, porque “saímos de entretenimento para jornalismo”, afirmou Márcio Santos, diretor de Recursos Humanos da empresa.

Porém, o executivo foi imediatamente desmentido pelos jornalistas que se expressaram da plateia diante do júri, ressaltando ao desembargador que as demissões não fazem sentido porque os profissionais “são todos de notícias” e que a “reestruturação” alegada pela Record é uma falácia.
Foto: Cadu Bazllevski/SJSP

Entenda o caso

No último dia 30 de novembro, os profissionais no R7 receberam um e-mail comunicando a alteração da escala de 3 x 1, ou seja, um final de semana trabalhado para três de folga, para 2 x 1, com dois fins de semana trabalhados para somente um de descanso e sem qualquer contrapartida.

Os jornalistas se revoltaram com a medida arbitrária, tomada pela direção da Record sem qualquer diálogo prévio com os profissionais ou com o Sindicato, e começaram uma greve que durou até a tarde do dia 1º de dezembro. Durante a paralisação, o SJSP tentou negociar e dialogar com a empresa sobre a mudança na escala, mas os sindicalistas não foram recebidos.

Em assembleia, os trabalhadores decidiram encerrar a greve depois que a direção da Record se comprometeu a negociar a escala, mas no retorno ao trabalho, na tarde do dia 01/12, três editores e um repórter foram demitidos, e a empresa já havia feito outras demissões no período da manhã.

O quadro se agravou na última sexta-feira (15), quando cerca de 20 jornalistas foram demitidos em massa em represália à participação na greve. Para a direção do SJSP, a Record traiu o compromisso firmado com os profissionais e a truculência das demissões escancara a perseguição e retaliação aos grevistas.

O Sindicato buscou as medidas jurídicas cabíveis imediatamente após as demissões e conseguiu a liminar proibindo que a Record faça novas dispensas no portal R7, bem como a audiência de conciliação no TRT2-SP realizada neste 19 de dezembro. Com o novo julgamento pelo tribunal, a expectativa dos sindicalistas é pela reintegração dos demitidos.

(Publicado pela Fenaj. Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.)

[21/12/17]

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