Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil, recentemente convidada pelo Syriza (partido de esquerda que venceu as últimas eleições governamentais na Grécia) para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais, estará em Belo Horizonte na próxima segunda-feira, dia 6, e conversará com a imprensa, às 10h, na Casa do Jornalista.
A participação na análise da dívida grega não é a primeira vez dela nesse tipo de missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana.
Convidada e acompanhada pelo professor e ambientalista Apolo Heringer Lisboa para a coletiva em Belo Horizonte, Fattorelli estará à disposição dos jornalistas para abordar o que ela considera como “esquema, controlado por bancos e grandes empresas”.
“O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real. Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa dívida? Onde é aplicado esse dinheiro? E esse é o problema. Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. O que é isso? É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.”