Manifesto rompe silêncio e marca reação a golpe contra a Petrobras

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(Da RBA.) CUT, Federação Única dos Petroleiros (FUP), movimentos sociais, artistas e intelectuais promovem ato público para barrar a destruição da Petrobras e a paralisação do Brasil.

São Paulo – Diversas entidades e pessoas assinaram um manifesto em defesa da Petrobras, no qual afirmam que as apurações de denúncias de corrupção na empresa desencadearam “um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia”. A avaliação é de que há em curso uma campanha para “esvaziar” a Petrobras, por interesses econômicos. Na noite de hoje (24), será realizado um ato na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro.

A seguir, a íntegra do manifesto.

O que está em jogo agora

“A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.

“Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.

“Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados.

“Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.

“Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.

“O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.”

Alberto Passos Guimarães Filho

Aldo Arantes

Ana Maria Costa

Ana Tereza Pereira

Cândido Mendes

Carlos Medeiros

Carlos Moura

Claudius Ceccon

Celso Amorim

Celso Pinto de Melo

D. Demetrio Valentini

Emir Sader

Ennio Candotti

Fabio Konder Comparato

Franklin Martins

Jether Ramalho

José Noronha

Ivone Gebara

João Pedro Stédile

José Jofilly

José Luiz Fiori

José Paulo Sepúlveda Pertence

Ladislau Dowbor

Leonardo Boff

Ligia Bahia

Lucia Ribeiro

Luiz Alberto Gomez de Souza

Luiz Pinguelli Rosa

Magali do Nascimento Cunha

Marcelo Timotheo da CostaMarco Antonio Raupp

Maria Clara Bingemer

Maria da Conceição Tavares

Maria Helena Arrochelas

Maria José Sousa dos Santos

Marilena Chauí

Marilene Correa

Otavio Alves Velho

Paulo José

Reinaldo Guimarães

Ricardo Bielschowsky

Roberto Amaral

Samuel Pinheiro Guimarães

Sergio Mascarenhas

Sergio Rezende

Silvio Tendler

Sonia Fleury

Waldir Pires

(Publicado pela Rede Brasil Atual, em 24/2/15.)

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