Jornalista Fábio Doyle morre aos 93 anos

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Adeus a Fábio Doyle

O jornalismo mineiro perdeu, nesta terça-feira (20/4/2021), mais um de seus mais importantes representantes: Fábio Proença Doyle, aos 93 anos, vítima de embolia pulmonar. Ele sofria de bronquite asmática. Fábio, além de jornalista, era advogado e escritor, tendo se tornado membro da Academia Mineira de Letras.

A carreira como jornalista começou em junho de 1948, como jornalista auxiliar, no jornal Estado de Minas. Em setembro, foi promovido a repórter e começou a trabalhar na cobertura de política.

No tempo em que participava dessa editoria, de Política, entrou para a Faculdade de Direito da UFMG. Em 1961, tornou-se editor-chefe do jornal Diário da Tarde, função que permaneceu até julho de 2007, quando passou para editorialista do jornal Estado de Minas. Seu último texto foi publicado na edição do estado de Minas, na edição do dia em que morreu.

Não trabalhou apenas nos Diários Associados, mas também foi redator da sucursal de O Globo em Belo Horizonte e redator político do Correio da Tarde, na capital mineira.

Fábio Doyle nasceu em Belo Horizonte em 14 de janeiro de 1928, filho de Ernani Doyle Silva, estatístico, e de Maria Hortência Proença Doyle. Casado com Rachel Silva Proença Doyle, deixa os filhos Tânia, Fábio Márcio e Marília, cinco netos e sete bisnetos. O corpo foi velado e sepultado no Cemitério Parque da Colina, em cerimônia reservada aos familiares.

Foi também sindicalista e de representação da classe foi secretário do Sindicato dos Jornalistas Profissionais em 1953 e 1954. Foi presidente do Centro dos Cronistas Político-Parlamentares, de 1959 a 1961; presidente da Associação Mineira de Imprensa (AMI), de 1966 a 1971, construindo e inaugurando, em sua administração, em 1969, a sede própria da AMI, na Rua da Bahia. É presidente do Conselho Deliberativo e Superior da AMI, desde 1971, e Conselheiro da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, eleito em Ilhéus, Bahia, em 1983. Fez parte da Comissão Especial do Centenário da Associação Brasileira de Imprensa ABI.

Fábio Doyle também tinha grande vivência na área jurídica. Em 1953, ingressou no Ministério Público do Estado, em 1957. Obteve o segundo lugar para o cargo de procurador da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, do qual se aposentou em 1992, como secretário municipal adjunto. Foi assistente-jurídico da capital entre 1963 e 1965 e assessor jurídico da Secretaria da Fazenda Municipal de 1968 a 1971.

Designado pelo prefeito Luiz Verano, elaborou a Constituição Jurídica da Metrobel, entidade criada pelo então prefeito com a finalidade de construir e administrar a primeira linha do metrô de Belo Horizonte.

Era professor de Teoria Geral do Estado e coordenador geral do curso de direito do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH.

Tem ainda grande importância como escritor, tendo publicado livros, artigos, pareceres e monografias. Seus artigos e crônicas publicados no Estado de Minas e Diário da Tarde, além de outros jornais e revistas do país e de Portugal, chamaram a atenção.

Escreveu 56 artigos sobre os Estados Unidos, publicadas em 1967, no Estado de Minas e Diário da Tarde, que foram traduzidos para o inglês pelo Departamento de Estado do governo norte-americano através do seu serviço Cultural, em Washington.

Tais artigos foram reunidos em um livro com o título “Letters from USA”. Escreveu também artigos sobre Taiwan, Hong-Kong e Tóquio, publicados nos jornais, em 1990.

Pareceres sobre temas jurídicos e de administração como Procurador e Advogado da Procuradoria da Prefeitura Municipal e como Assessor Jurídico da Secretaria da Fazenda municipal.

Outros livros foram “Livro USA 1967 – Retrato de um País em Paz, embora em Guerra”, editado em junho de 1999, versam sobre aspectos da vida e norte-americana na época da Guerra no Vietnã, além de conflitos raciais. “A Cadeira de um Conjurado”, editado em 2002. Tornou-se integrante da Academia Mineira de Letras, em 1998.

Era também cidadão-honorário da cidade de El Paso, Texas, nos EUA, em 1967, e foi medalha de Mérito “Assis Chateaubriand”, concedida em 16 de novembro de 1968, pelo Instituto Histórico e Geográfico de Brasília. Recebeu o título de “Personalidade Artística de 1969”, conferido pelo Conselho de Extensão da UFMG.

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  1. Trabalhei com o Fábio durante 33 anos, como Editor de Polícia e em outras funções, no Diário da Tarde. Além de sua competência profissional e uma profunda paixão pelo DT, tinha um coração magnânimo, generoso e sempre disposto em ajudar os mais jovens que chegavam à redação, cheios de sonhos e ideais. Aprendi muito com ele, não só profissionalmente, mas também como experiência de vida. Uma grande perda. Imensa saudades. Que Deus conforte a todos.

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