Tenho-me feito esta pergunta com frequência ultimamente, sem encontrar uma resposta. Já procurei em pessoas na rua, em pesquisas na internet, até mesmo no espelho, e nada.
Neste momento, olho da minha janela o bairro em que moro. São muitas casas, prédios e eu imaginando o tipo de ser humano que habita estes lares.
Serão pessoas do bem, que criam, constroem e vão deixar a sua contribuição para o bem da humanidade? Ou gente capaz das maiores atrocidades, que não valoriza a vida e a natureza na Terra?
Claro que é impossível saber assim, apenas olhando, mas é intrigante pensar que você vive cercado por todo tipo de seres humanos e que eles são capazes de qualquer coisa, para o bem e para o mal.
Seu “vizinho”, que o cumprimenta com um sorriso sincero, pode ser aquele que vai assaltá-lo e matá-lo na esquina.
É assustador quando você vê no noticiário do que são capazes pessoas que você nunca imaginaria fazerem o mal que elas fazem.
Mas é também maravilhoso ver que seres humanos realizam sonhos, que ontem pareciam impossíveis e hoje se tornam conquistas extraordinárias.
Comecei a pensar nisto depois de assistir a vídeos do lançamento de mais um foguete não tripulado em direção ao planeta Marte.
O planeta vermelho oscila sua distância da Terra porque os dois não orbitam o sol em círculos perfeitos, nem no mesmo plano. A maior distância já registrada entre a Terra e Marte foi de aproximadamente 400 milhões de quilômetros.
Neste mês de outubro, Marte ficou distante “apenas” 62 milhões de quilômetros da Terra, o que possibilita melhores condições de aproximação e pouso de um foguete na sua superfície, depois de uma viagem de 9 meses de duração.
E aí vem de novo a minha pergunta: que homem é este que consegue guiar milimetricamente uma espaçonave, voando numa velocidade de mais de 40 mil quilômetros por hora, há milhões de quilômetros de distância pelo espaço, e pousá-lo exatamente em um lugar determinado de um planeta tão distante?
Certamente não é o mesmo que extermina milhões de pessoas por ganância, preconceito racial e age sempre contrário à sensatez e ao bom senso.
O outro homem alcançou uma tecnologia avançadíssima nos últimos anos e caminha cada vez mais veloz para maiores conquistas. A mais desejada: um pouso tripulado em Marte.
O plano da Nasa é enviar uma nave tripulada a Marte por volta do ano de 2030, ou seja, daqui a 10 anos apenas, mas a empresa privada Space X já anunciou que pretende enviar astronautas a Marte – pasmem – até meados de 2024!
Já se fala até em uma possível colonização do planeta vermelho, depois que foram encontrados lagos de gelo nas suas regiões polares.
Hoje, ainda são planos, mas se acontecer a colonização, que tipo de homem daria início a uma nova geração no planeta Marte?
Seria um homem capaz de construir um mundo melhor, mais igualitário, respeitador das diferenças?
O homem que iniciar o novo ciclo da vida em Marte saberá respeitar os limites?
Ou será o mesmo de hoje, que busca o progresso a todo custo, fomentando a competição, gerando atritos e uma reação em cadeia que, como sabemos bem, gera a violência?
Não sabemos, 2030 está aí batendo na nossa porta. É viver e esperar para ver que homem será este.
[18/12/20]
“Que é o homem para que dele se lembre, e o filho do homem para que o visite…?”
Ando pensando a mesma coisa, Fernando. O homem quer outros planetas para fugir das atrocidades que cometeu na terra e recomeçar uma vida nova com aplicação dos conhecimentos ambientais que já tem…. Ou na impossibilidade de não se destruir com o que já fez e continua fazendo por aqui, procura mudar e não mudar seu comportamento? Temo pelos marcianos (rs). Um abraço