Há alguns dias saímos de mala e cuia, eu e minha esposa, da capital mineira, Beagá, em direção ao Sul de Minas, mais especificamente para a cidade de São Vicente de Minas.
No encontro entre as ruas Sete de Setembro e Marcelino Champagnat, tem uma aconchegante varanda que não só trouxe um novo conceito de isolamento em tempos de pandemia, mas me proporcionou um novo local de ver como a vida pode ser de paz e tranquilidade: o sofá amarelo.
Daquele sofá, imponente na varanda, é possível idealizar um mundo melhor. Cedinho, aquela caminhonete azul, em seus diversos tons, antiga e barulhenta apresenta a sinfônica e harmônica batidas de latões de leite. Base de uma economia que possui três laticínios, fazem a alegria de muitos, e agora de um casal vindo da capital mineira, que se revezam na ida aos supermercados para comprar os tradicionais e saborosos queijos finos.
O sol matinal parece que emite raios de alegria e felicidade nas resenhas com meus netos, familiares e amigos que se encontram com o devido distanciamento e com as originais máscaras contra o COVID nos rostos.
O dia segue, com a mesma rotina da cidade grande, mas aquele sofá amarelo, consegue fazer tudo mais calmo e tranquilo, sem aquela correria de moto, barulhos intermináveis de ambulância e toda a loucura da cidade grande. Dele, é possível contemplar cada fisionomia, cada olhar e o canto de diversas espécies de pássaros.
Próximo ao horário do almoço o ilustre tucano sobrevoa a varanda perseguido pelas falantes maritacas. O sofá amarelo permite imaginar o trajeto daquele morador tradicional da cidade, que fica sempre caminhando de um lado para outro sem um rumo definido, apenas pelo prazer de ver quem ele não viu no dia anterior. Todos sabem quem ele é, e ele sabe a procedência de muitos que o cercam para um bate papo pelas ruas da cidadezinha. Este escriba é conhecido por ele como o marido da filha do saudoso vendedor de cimentos da cidade que residia na rua principal.
No sofá amarelo, recebo um aceno do motorista do jipe, que na sequência me mostra que a buzina é mais barulhenta que o motor daquela geringonça. O jovem sorridente segue para a entrega do líquido que conheci como cerveja caseira e que hoje é conhecida como cerveja artesanal. No rótulo a identificação “Pedacim do Céu” como os moradores carinhosamente denominam a cidade que resolvi morar.
O sofá amarelo me mostrou que mesmo estando em uma cidade com menos de uma dezena milhar de habitantes convivo com muito mais gente diariamente de quando estava residindo na capital com seus milhões de habitantes.
Naquela varanda não existe isolamento e sim um sonhar diário de esperança com certeza que dias melhores virão.
E você já achou sua varanda? Então comece procurando o seu sofá amarelo…
[20/11/20]
As minhas sextas ficaram mais alegres com a iniciativa do sindicato e atitude do Ivan Drummond. Ler uma crônica é como ter um sonho acordado . Bons tempos em que diariamente podíamos apreciar a crônica atualizada e cotidiana do Rogerio e dos grandes cronistas que estão mantendo os nossos sonhos as sextas . Parabéns ao Perez e todos que estão participando do projeto. Viva
Crônicas como esta seguem em falta nas redações dos jornais de hoje. Uma pena. A simplicidade da vida, relatada com tanta simplicidade, nos mostra como a vida moderna nos aprisiona. Parabéns, professor Rogério. Pela crônica, pela liberdade e pela nova vida.
Eloy, a crônica retrata a vida como ela é. Sucesso para você nesta região maravilhosa que é o nordeste brasileiro
Ei Pérez, que bom que achou sua varanda e seu sofá amarelo. As cidades grandes não são para os velhos. Nem tendem boas crónicas. Um forte abraço.
Márcia, estarmos bem nos faz escrevermos melhores para tentarmos promover um mundo melhor com mais amor e dignidade. Viva
Que bom que está gostando, Léo.
Muito boa sua colocação . Parabéns para todos que participam do projeto e principalmente o Ivan pela iniciativa. viva
Muito bom! Saudades de Diamantina! Parabéns!
Belíssima crônica, retrata fielmente o São Vicente de Minas kkkk…
Marcos, que conhece São Vicente de Minas descobre porque tem a.denominacao de Pedacinho Céu . Minas são muitas e cada uma com sua particularidade.
Parabéns
Excelente Crônica
Obrigado por nos prestigiar, Ernane
Luiz, Diamantina tem seus encantos . Tenho certeza que já desfrutou de muitas alegrias lá. Viva la vida do jeitinho que você gosta iniciando aquela tradicional resenha no bar da Neca.
Excelente crônica! O ar do interior com certeza fará melhor ao jornalista e já causa “inveja” nos amigos “presos” nas cidades grandes!
Aí, Bacho. Enfim, conosco. Recebo com olhos e braços abertos:
Forte abraço com os devidos cuidados em tempos de pandemia . Me orgulho em participar deste seleto grupo que ajuda a fazer um mundo mais humano .
Fernando, sinta se convidado a vir na nossa varanda para os vicencianos conhecerem este excelente imitador e ótimo ser humano presente na vida dos brasileiros .
Aí, Bacho. Enfim, conosco. Recebo-o com olhos e braços abertos. (Tive que repetir, coisa de analfabeto digital)
O texto de Rogério , muito bem escrito e articulado, lelou-me a viajar nas conversas de vários encontros entre Carlos Drumond e Pedro Nave. Ainda jovens, brincavam no arco do viaduto de Santa Tereza à procura de um sofá , em um canto qualquer, na cidade de Rio de Janeiro.
Correto Luiz. Vivemos sempre buscando a nossa varanda ou nosso sofá amarelo . O importante é sonharmos até identificarmos . Sucesso para você
Estamos juntos aprendendo a cada dia. Até o próximo encontro quando o isolamento permitir
Parabéns, RP… linda crônica!
Nenel, obrigado pela leitura e por deixar os encontros da Perez Family sempre animados . Vamos combinar uma tequila no sofá amarelo em breve .
Excelente crônica. O Rogério Perez sempre descrevendo bem as situações e nós transmitindo uma forte realidade através de Deus textos. Gostaria decree um sofá amarelo também.
Lu, o sofá amarelo é nosso. Sinta se convidada e acolhida.
Excelente texto Rogério Perez!!! As vezes uma simples varanda e um pequeno sofá, nos fazem repensar a nossa forma de vida e de como pensar o mundo.
Marcão, o simples geralmente é o essencial . Forte abraço e apareça aqui na nossa varanda do sofá amarelo quando passar o isolamento .
Adorei o texto! Conseguiu me trazer uma leveza na alma indescritível.
Grande Nicomedes . A vida é leve quando estamos felizes com nós mesmos . Sucesso para você na sua vida pessoal e profissional
Que texto bacana! Bela reflexão! Dias melhores virão!
Isto aí Léo . Você como grande torcedor e incentivador do glorioso sabe que o importante na vida é acreditar . Assim como o Galo precisamos acreditar num mundo melhor
Esse é o Tio Rogério da Tia Regina, quem diria que ele encontraria um “sofá amarelo” que mostraria que a VIDA vale a pena de ser vivida na tranquilidade da cidadezinha que ele trocou pela cidade grande. Seja muito feliz e aproveite cada momento. Amo vc. ❤️
Tininha, obrigado pelo carinho . No pé do Morro do Papagaio não tinha o sofá, no entanto, aquela mesa enorme nos fundos da casa do Maximino também foi palco de muitas alegrias para a Perez Famíly. Viva
Pois é “Baixo”, faltava você aqui. Pra dar aquele “cabeçaço”. Agora quero Daniel Gomes, também, e Danilo Andrade.
Ivan, o time está ficando da melhor qualidade . Que venham os craques para reforçar este importante projeto . Agradeço o convite e parabéns pela iniciativa .
Rogério sua escrita nos traz romantismo ao coração,coisa que fica muito escondida na vida de cidade grande e revela que a felicidade interior é simples Estou diante de um livro : Amor na Vitrine e o sofá amarelo combina com este título. Um grande abraço a todos
Ola Eliana , boas leituras e bons momentos para você que sempre cuidou dos meus filhos e netos. Agradecimentos eternos.
Isso aí, Perão. A esperança é que tenhamos todos uma varanda em algum momento da vida. De preferência, com um confortável sofá amarelo. Saudades.
Ola Mirtes. Vamos sempre buscar e sonhar com dias melhores . Uma varanda com um.bom sofá amarelo e um bom violao é o que desejo para vocês
Rogério Perez foi o grande cronista esportivo nós meus tempos de adolescente em Belzonte Esteja em casa!!
Obrigado pelo reconhecimento e acolhida carinhosa dos vicencianos