SJPMG, 75 anos: relembre acontecimentos marcantes na história do seu Sindicato

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Não foram poucos os fatos marcantes nos 75 anos de existência do SJPMG, completados em setembro. Veja alguns deles:

Antecedentes

Em 1932 é organizada da União dos Trabalhadores do Livro e do Jornal (UTLJ), precursora da Associação Mineira dos Jornalistas Profissionais, fundada em março de 1943 e por sua vez embrião do Sindicato.

Fundação do SJPMG

No dia 6 de setembro de 1945, o Ministério do Trabalho expede a carta sindical (autorização de funcionamento) do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, cuja primeira diretoria é eleita em assembleia no dia 2 de outubro, com quórum de 21 presentes, profissionais dos jornais O Diário, Diário da Tarde, Estado de Minas e das revistas Novidades e Social Trabalhista. Eles elegem diretoria, conselho fiscal e suplentes, que tomam posse no dia 24 de novembro, em solenidade realizada no Conservatório Mineiro de Música. O primeiro presidente é Ney Octavianni Bernis. A sede é no Edifício Mariana.

Rebelião do atestado ideológico

Em março de 1951, a nova diretoria do SJPMG, encabeçada por José Mendonça, nega-se a apresentar atestado ideológico dos seus integrantes, documento criado pelo Estado Novo e expedido pela polícia política, com o objetivo de controlar os sindicatos, que continuava a ser exigido pelo Ministério do Trabalho, passados mais de cinco anos da redemocratização. O ministro do Trabalho propõe a posse de uma junta governativa com o próprio Mendonça na presidência, mas os jornalistas mineiros recusam a proposta e reafirmam a diretoria eleita pela categoria. A rebelião ganha apoio fora de Minas e o Sindicato dos Bancários de São Paulo também se nega a apresentar o documento, cuja exigência é revogada no dia 1º de maio daquele ano.

Expurgos

Ao conceder aos jornalistas privilégios como isenção de impostos e desconto de 50% nas passagens de avião e trem, a legislação motivou um crescimento extraordinário nos quadros do SJPMG, com a entrada de indivíduos que não exerciam a profissão, numa época em que não existia curso superior de Jornalismo. Dos cerca de 700 inscritos, apenas uns 200 eram de fato jornalistas. A diretoria do Sindicato começa um minucioso processo de regularização dos filiados, no qual são expurgados os falsos jornalistas.

Casa Própria

Também no começo dos anos 1950, a principal luta do SJPMG é pela obtenção, junto ao governo do estado, da construção de casas próprias para os jornalistas. São contemplados 49 profissionais, selecionados por tempo de trabalho, tempo de filiação ao Sindicato e condição social.

Primeira greve

Em 1954, jornalistas da Tribuna de Minas, de propriedade do governador paulista Ademar de Barros, paralisam o trabalho naquela que é considerada a primeira greve em uma redação em Belo Horizonte.

VI Congresso Nacional dos Jornalistas

Belo Horizonte é sede, em setembro de 1955, do VI Congresso Nacional dos Jornalistas, com participação de mais de 300 delegados de todas as regiões do país e ainda observadores do Uruguai, Chile, Peru, França, Estados Unidos, México, Polônia e Tchecoslováquia. Na pauta: liberdade de imprensa, salário, previdência, sindicalização, escassez de papel e criação da Ordem dos Jornalistas do Brasil. O encontro aprova uma carta em defesa da “preservação do regime democrático”, da Constituição de 1946, do “progresso econômico”, do parlamento independente e da imprensa livre. Às vésperas da eleição do presidente JK, cuja posse era ameaçada por militares, os jornalistas expressaram ainda “seu formal repúdio a qualquer resolução extralegal do processo sucessório da República”.

Cerceamento na Assembleia

Em julho de 1960, o SJPMG emite nota de protesto e se coloca em reunião permanente contra projeto de resolução do Legislativo mineiro que pretendia cercear o acesso dos jornalistas às fontes de informação naquela casa.

Curso superior de Jornalismo

O SJPMG participa ativamente da criação do curso superior de Jornalismo na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, aprovada em novembro de 1962 pelo Conselho Federal de Educação. O curso tem inicialmente três anos de duração e entre seus professores está o ex-presidente José Mendonça.

Greve geral

Em dezembro de 1963, os jornalistas belo-horizontinos decretaram greve na maior assembleia da história do SJPMG, com cerca de 600 participantes. O movimento, que recebeu adesão decisiva dos gráficos e teve piquete nas portas dos jornais, reivindicava equiparação salarial com os jornalistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Todas as redações pararam durante uma semana, exceto a do Estado de Minas, que rapidamente atendeu as reivindicações dos gráficos e só não circulou um dia. Ao fim de uma semana, a greve foi encerrada de forma vitoriosa, com atendimento de todas as reivindicações dos jornalistas e após dura negociação com os representantes dos Diários Associados e do Diário do Comércio, cujo dono, José Costa, presidia o sindicato patronal.

Casa do Jornalista

Empossado na presidência do SJPMG em junho de 1965, Virgílio Horácio de Castro Veado (1933-2019) tinha na plataforma da sua chapa concretizar um projeto antigo da categoria, a posse de uma sede própria. É um momento em que a ditadura militar intervém em sindicatos, persegue sindicalistas, transforma o sindicalismo em atividade marginal. A Lei nº 3.455, de 18 de outubro de 1965, de iniciativa do governador Magalhães Pinto, autoriza o Poder Executivo a doar ao SJPMG o imóvel situado à Avenida Álvares Cabral, 400, com área aproximada de 900 metros quadrados, para instalação da “Casa do Jornalista de Minas”, fórmula “juridicamente perfeita, politicamente hábil e conjunturalmente a única possível”, segundo o presidente Virgílio, para dar ao Sindicato sua sede própria. Para isso, foi criada a instituição Casa do Jornalista, ligada diretamente ao SJPMG, mas que tem diretoria própria. A Casa muda a história do SJPMG e se torna inseparável dele, a ponto de os dois se confundirem; dono da sua sede, o Sindicato não tem que prestar contas das suas atividades nem ao Ministério do Trabalho, nem aos governos ditatoriais. Nos primeiros anos, funcionarão nela consultórios médicos e dentários, a partir da redemocratização vão se intensificar atividades culturais; desde a mais recente reforma do seu estatuto, ela está apta a captar recursos via leis de incentivo à cultura. Sobretudo, a Casa do Jornalista revelará sua vocação para abrigar a prática política democrática, que fará com que seja conhecida como “Casa da Liberdade”.

Declaração de Belo Horizonte

A Casa do Jornalista já nasceu como “quartel-general da liberdade de imprensa e da liberdade política”, nas palavras do ex-presidente Virgílio. Inaugurada no dia 8 de outubro de 1966, com pompa e presença de autoridades estaduais e nacionais, no dia seguinte reuniu representantes de 14 sindicatos de jornalistas, da Federação Nacional dos Jornalistas e da Associação Brasileira de Imprensa para elaborar a “Declaração de Belo Horizonte”, que se posiciona firmemente contra anteprojeto da Lei de Imprensa do ditador general Castelo Branco, que pretendia controlar o jornalismo e penalizar profissionais que produzissem informações contrárias ao governo militar. A Declaração também protestou contra perseguição a jornalistas em várias partes do país e defendeu a regulamentação da profissão.

Regulamentação da profissão

O SJPMG teve papel fundamental na regulamentação da profissão de jornalista. Feita pelo Decreto-lei nº 972, de 17 de outubro de 1969, da junta militar que governava o país na data, em decorrência da doença do general Costa e Silva e interdição autoritária do vice-presidente civil Pedro Aleixo, a regulamentação resultou de décadas de mobilização dos jornalistas e foi debatida em todos os congressos da categoria. A diretoria presidida por Virgílio Veado tomou a frente dos contatos com o ministro do Trabalho e em seguida da Educação, Jarbas Passarinho, culminando na elaboração do Decreto-lei 972, que tornou obrigatório o registro profissional para exercício da profissão e o diploma em curso superior de Jornalismo para obtenção do registro, entre outros itens.

Oposição à ditadura

O SJPMG participou ativamente da resistência à ditadura militar (1964-1985). A Casa do Jornalista tornou-se um dos principais abrigos da oposição, sede de encontros de movimentos sociais e foco de iniciativas que visavam a denunciar prisões, torturas e assassinatos de presos políticos em Minas Gerais, além de censura à imprensa e perseguições a jornalistas. Dídimo Paiva (1928-2019), durante o mandato em que presidiu o SJPMG (1975-1978), destacou-se como liderança de expressão nacional. O Sindicato assumiu o papel político exigido pela conjuntura, encampou a luta contra a tortura e todas as arbitrariedades da ditadura, pela libertação dos presos políticos e volta dos banidos, pela liberdade para todos os partidos políticos e por uma Assembleia Nacional Constituinte.

Novo sindicalismo

A Casa do Jornalista foi também palco privilegiado de organização do Novo Sindicalismo, nome pelo qual ficou conhecido o movimento que, no final da década de 1970 e começo da década de 1980, expulsou das entidades de representação dos trabalhadores os pelegos nomeados pela ditadura militar. Impulsionado pela onda de greves de trabalhadores inaugurada pelos metalúrgicos do ABC paulista em 1978 e que se espalhou por todo o país, o Novo Sindicalismo legaria ao país inúmeros líderes políticos no período pós-ditadura. Vários sindicatos, como o dos Médicos e o dos Trabalhadores em Educação, foram criados a partir de reuniões realizadas na sede do SJPMG.

Documento dos 40 sindicatos

Representando 40 sindicatos mineiros, o presidente do SJPMG, Dídimo Paiva, enfrentou a segurança da Presidência da República e entregou pessoalmente ao general presidente Ernesto Geisel, que visitava Belo Horizonte, em fevereiro de 1976, um documento expressando “as angústias, preocupações e esperanças” daquelas categorias de trabalhadores, entre elas a dos jornalistas. Resultado de três meses de debates, reuniões e estudos, o documento resumiu em 15 pontos o pensamento com o qual lideranças trabalhistas de Minas Gerais buscavam influenciar os rumos da “abertura lenta, gradual e segura” prometida pelo ditador.

Atentados a bomba

Nos dias 4 de abril de 1978 e 27 de junho de 1980, a sede do SJPMG foi alvo de bombas terroristas. Ocorridas durante a noite, as explosões fizeram estragos na Casa do Jornalista, mas não feriram ninguém, ao contrário de outros atentados ocorridos no mesmo período no país que tiveram vítimas fatais. Na fachada da casa, pichações nomearam seus autores como anticomunistas, somando-as à série de 114 atentados terroristas de extrema direita contabilizados pelo jornalista Betinho Duarte, em livro publicado em 2015, muitos deles à imprensa e aos jornalistas. No dia 10 de março de1995, explodiu a terceira e última bomba na Casa do Jornalista, extemporânea, em pleno regime democrático.

Recordes de participação e conquistas

Paralelamente à sua firme atuação política e às represálias que sofre, o SJPMG vive fase de intensa de participação da categoria, com o avanço do Novo Sindicalismo. Na gestão de Washington Mello – que na sequência viria a presidir a Fenaj, também como parte da renovação sindical e pondo fim a 16 anos de peleguismo na entidade máxima dos jornalistas brasileiros – e nas gestões seguintes, o SJPMG atingiu números recordes de filiações e comparecimento às urnas e assembleias; mais de 85% dos associados ficam em dia com suas mensalidades, praticamente 100% votaram na eleição de 1984. “O Sindicato e a Casa eram, autenticamente, o ponto de convergência dos jornalistas mineiros”, lembra Washington, acrescentando que essa participação se traduziu em conquistas para a categoria, como o aumento do piso salarial e a criação da Comissão de Reclassificação, que reclassificou os jornalistas em cada redação.

Carteira de Jornalista

Numa eleição indireta em que a oposição venceu por 12 votos a 11, em 1980, o SJPMG lidera a expulsão do peleguismo na Fenaj. A partir de então, as eleições para a diretoria da Fenaj passam a ser diretas, por todos os jornalistas sindicalizados do país. É dessa época uma das maiores conquistas dos jornalistas brasileiros, a “carteira de jornalista”, emitida pela Fenaj e que vale como documento de identidade, graças a lei federal proposta pela entidade. Washington Mello foi o primeiro de três ex-presidentes do SJPMG que presidiram a Fenaj; os outros dois foram Luiz Carlos Bernardes e Américo Antunes.

O julgamento dos sete

Também em 1980, o SJPMG se mobiliza para defender sete jornalistas mineiros processados pela ditadura, com base na Lei de Segurança Nacional, por terem noticiado um manifesto divulgado pelo Partido Comunista do Brasil no dia 7 de setembro. Além de processados, cinco deles foram demitidos pelos seus patrões (Jornal do Brasil, Agência JB, TV Manchete e TV Globo – apenas a Rádio Itatiaia resistiu às pressões dos militares e não demitiu os jornalistas Márcio Dotti e Samuelito Mares). Nas suas gestões em defesa dos jornalistas, o então presidente do SJPMG, Paulo Lott, e o presidente da Fenaj, Washington Mello, chegam a contatar o procurador militar, em Juiz de Fora, que pede dinheiro para não apresentar denúncia; o Sindicato não aceita o suborno. Defendidos gratuitamente pelos mais renomados criminalistas mineiros, contratados pelo SJPMG, os sete jornalistas são absolvidos por unanimidade pela justiça militar.

Conclat

O SJPMG participa ativamente da 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, que reúne mais de 5 mil trabalhadores de todas as partes do país, em Santos (SP), em 1981, e forma a Comissão Nacional Pró-CUT, embrião da primeira e maior central trabalhista do país, independente da tutela do governo militar.

Diretas Já!

A Casa do Jornalista foi centro da campanha pela eleição direta do presidente da República e dela saiu a primeira passeata em Belo Horizonte que gritou “Quero votar para presidente”. Foi uma passeata pequena, com apenas dezenas de jornalistas, mas sua boa receptividade pela população já antecipava o sucesso do grande comício que meses depois reuniria centenas de milhares de pessoas na Praça da Rodoviária.

Concurso para construção de prédio

O SJPMG realiza concurso entre arquitetos mineiros para escolher um projeto de construção de um prédio na Casa do Jornalista. Vencido pelos irmãos Gustavo e Raul Pena, cujo escritório é vizinho da Casa, o projeto mereceu uma crônica do poeta Carlos Drummond de Andrade, no Jornal do Brasil, em 1982, mas o edifício não é construído.

Farsa jornalístisca

Em 1986, na gestão de Manoel Marcos Guimarães, o SJPMG denuncia a “farsa jornalística” da cobertura das eleições pelos jornais e emissoras rádio e TV mineiras, que publicavam press releases pagos pelos candidatos, em vez de notícias produzidas independentemente por repórteres, transformando o jornalismo num comércio de informações, sem sequer informar disso os leitores.

Piso de oito salários mínimos

A campanha salarial dos jornalistas mineiros de 1986 conquista o piso salarial de seis salários mínimos em diversas redações, entre elas a do Estado de Minas, a maior de todas, e em 1987 o piso é fixado em oito salários mínimos, o maior da história do Sindicato. Na mesma época, o SJPMG obtém o reconhecimento, pelo TST, de que a atividade jornalística deve ser exercida por jornalistas profissionais não importa o local de trabalho e, pelo governo do estado, da jornada de cinco horas diárias para jornalistas do serviço público mineiro.

Artes de Jornalistas

A Casa do Jornalista é palco da pré-estreia nacional do filme Memórias do Cárcere, de Nélson Pereira dos Santos. Em 1984, é realizada a 1ª Mostra de Artes dos Jornalistas, organizada pelo jornalista e poeta Carlos Barroso, deflagrando uma série de atividades culturais que marcariam a casa, inclusive novas mostras, em 2010 e 2013, a inauguração do novo espaço cultural, em 2014, exposições de fotografias, lançamentos de livros e inúmeras outras atividades. Lançado na mesma época, o jornal Pauta teria 186 edições até ser substituído pela revista de mesmo nome em 2015.

Conselho Federal de Jornalismo

Juntamente com sindicatos dos demais estados, o SJPMG faz intensa campanha, no final da década de 1980 e durante a década de 1990, pela criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ), pela emissão do registro profissional pela Fenaj e pela instituição do Conselho de Comunicação Social (CCS) previsto na Constituição de 1988. O CCS foi aprovado por lei e instalado; a transferência do registro também foi aprovada pelo Congresso, mas vetada pelo presidente FHC; o CFJ foi engavetado depois de ser bombardeado pelas empresas de comunicação.

Green Press

Em 1992, o SJPMG recebeu a imprensa internacional que cobriu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Eco-92, no evento denominado Green Press.

A primeira presidenta

Dinorah Maria do Carmo foi a primeira mulher a presidir o SJPMG (1999-2002), expressando a ascensão do gênero feminino à maioria na profissão, conforme constatou pesquisa da Fenaj de 2013. A ela seguiram-se Eneida Ferreira da Costa (2011-2014) e Alessandra Cezar Mello (2017-2020 e 2020-2023), esta a primeira mulher a ser eleita e reeleita para a presidência da entidade. O aumento da participação feminina no Sindicato é parte de um movimento mais amplo de diversificação da atuação do SJPMG e sua abertura aos movimentos identitários, representados na atual gestão, demonstrando sensibilidade às mudanças no perfil da categoria e aos movimentos sociais que sempre estiveram presentes na Casa do Jornalista.

Qualificar

O SJPMG desenvolveu em anos sucessivos o Qualificar, programa cujo objetivo é qualificar jornalistas para o exercício da profissão, com cursos e palestras, principalmente no interior, ministrados por profissionais de reconhecida competência e experiência como professores. Em 2015, por exemplo, o curso “Desafios da edição jornalística”, foi levado a Governador Valadares, Congonhas, Ouro Preto e Itabira.

Prêmio Délio Rocha

O SJPMG lança em 2007 o Prêmio de Jornalismo de Interesse Público, ao qual é agregado no ano seguinte o nome Délio Rocha, em homenagem ao jornalista e sindicalista falecido em 2008, cuja carreira foi marcada pelo profissionalismo e pelo compromisso sindical. Com o objetivo de estimular, divulgar e prestigiar os trabalhos de interesse público produzidos pelos jornalistas mineiros, o Prêmio Délio Rocha foi entregue 11 vezes até 2019 em festas que se tornaram grandes confraternizações da categoria.

Oposição ao golpe de 2016

Fiel à sua tradição democrática, o SJPMG esteve na linha de frente da denúncia do golpe de 2016, que afastou a presidenta reeleita Dilma Rousseff e abriu caminho para o corte de direitos sociais, expressos na Lei do Teto de Gastos, na Reforma Trabalhista e na Reforma da Previdência, além de desmonte do Estado de Bem-Estar Social e inúmeros ataques aos trabalhadores, às minorias, à cultura e às artes, atingindo frontalmente os sindicatos, por meio da asfixia financeira. Em 2015, realizou a série de debates “Jornalistas pelo Brasil”, que reuniu nomes expressivos do jornalismo brasileiro para debater os rumos da política brasileira e lançou manifesto denunciando o golpe do impeachment.

Assassinatos de jornalistas

O SJPMG reagiu com repulsa e energia a assassinatos de jornalistas em Minas Gerais, exigindo sua rigorosa apuração e punição pelas autoridades. No caso do repórter Rodrigo Neto e do fotógrafo Walgney Carvalho, no Vale do Aço (2013), a reação do Sindicato levou à criação de uma força-tarefa policial, que, após cinco meses de investigações, concluiu inquérito e apontou dois acusados pelos crimes, um deles policial civil. No caso do jornalista Evany José Metzker (2015), uma força-tarefa foi enviada ao Vale do Jequitinhonha, após solicitação do Sindicato. O SJPMG defendeu também a federalização dos crimes contra jornalistas, que muitas vezes ficam impunes em por envolverem autoridades locais e regionais. E atuou permanentemente denunciando, apoiando e exigindo providências contra todos os tipos de violências contra jornalistas que nos últimos anos aumentaram de forma alarmente.

Comissão de Ética

Depois de alguns anos desativada, a Comissão de Ética do SJPMG, criada em 2005, foi eleita pelo voto direto da categoria em 2015. Sua função Comissão receber, apurar e julgar denúncias de violações da ética jornalística por jornalistas profissionais.

70 anos

Sessão especial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais homenageia os 70 anos do SJPMG, afirmando sua tradição democrática, fundamental numa época de turbulências na política e no jornalismo. Quatro expoentes do jornalismo mineiro mereceram homenagens especiais dos deputados estaduais: José Mendonça, Dídimo Paiva, José Maria Rabêlo e Guy de Almeida.

Bloco do Pescoção

Aderindo ao renascimento do carnaval belo-horizontino, jornalistas formam também o seu bloco, o Bloco do Pescoção, que recebe apoio do SJPMG e saiu pela primeira vez em 2015, concentrando-se em frente à Casa do Jornalista, na tarde de terça-feira.

Greve no Estado de Minas

Em dezembro de 2015, os trabalhadores do jornal Estado de Minas e da TV Alterosa paralisaram o trabalho para pressionar a empresa a pagar o 13º salário, que só foi quitado integralmente para os funcionários do parque gráfico, em uma tentativa de dividir a categoria. Jornalistas, radialistas, administração e gráficos se unem na primeira greve da história dos Diários Associados Minas e uma das mais importantes dos jornalistas mineiros em todos os tempos. O atraso no 13º foi a gota d’água num conjunto de problemas na empresa, entre eles o não pagamento e atraso do INSS, do FGTS, das férias, dos tíquete-alimentação e vale-transporte. É a primeira de uma série de paralisações que vão ocorrer na empresa nos anos seguintes em resposta a problemas recorrentes e sem solução.

14º Congresso dos Jornalistas de MG

Em ambiente político e trabalhista tumultuado, o SJPMG realiza o 14º Congresso dos Jornalistas de Minas Gerais, em abril de 2016. A palestra de abertura é do eminente jornalista e escritor Fernando Morais, que analisa a participação da imprensa brasileira no impeachment da presidenta Dilma Rousseff e vaticina: “O golpe vai ser devastador”. “O objetivo é entregar o Brasil para o capital internacional.”

5º Encontro Nacional de Blogueiros

Belo Horizonte é sede do 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, entre eles muitos jornalistas. A reunião, que o SJPMG ajuda a organizar e que recebe a presença da presidenta afastada Dilma Rousseff, é transmitida pela internet pela TVT e tem como pauta a resistência ao golpe e a democratização da comunicação.

Criação da EMC

O SJPMG participa ativamente das discussões dos trabalhadores da comunicação, em especial servidores públicos, sobre a criação pelo governo mineiro da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), que encampará a Rádio Inconfidência e a TV Minas. Denuncia a forma autoritária como o processo acontece, sem a participação de entidades de representação dos trabalhadores e da sociedade, e acompanha de perto a tramitação da lei na Assembleia Legislativa, procurando corrigir distorções no seu conteúdo e conquistando vitórias para os jornalistas.

Condições de trabalho

Motivadas pelas denúncias de aparecimento de piolhos de pombo na redação do jornal O Tempo, que levou a uma paralisação dos trabalhadores, várias reclamações sobre as péssimas condições de trabalho nas redações da capital mineira são feitas ao SJPMG. O Sindicato compila as denúncias e as entrega ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional de Trabalho e Emprego solicitando providências.

Álvares Cabral, 400 – A Casa da Liberdade’

O SJPMG e a Casa do Jornalista lançam o livro “Álvares Cabral, 400 – A Casa da Liberdade”, de autoria do jornalista Paulinho Assunção e projeto da Livraria e Editora Graphar, com recursos da Lei Rouanet, que registra a história dos 70 anos do Sindicato e dos 50 anos da Casa do Jornalista.

Curso Livre de Jornalismo

O SJPMG realiza, em 2016, o Curso Livre de Jornalismo, gratuito, destinado a jornalistas recém-formados e estudantes de Jornalismo, idealizado e coordenado pelo jornalista e professor João Carlos Firpe Penna. O curso tem grande sucesso e será repetido em 2020, com aulas remotas, durante a pandemia, tendo como tema “A arte de humanizar o jornalismo”.

Paralisação na Rede Minas

Os trabalhadores da Rede Minas de Televisão paralisam o trabalho em protesto contra a precarização das condições de trabalho na emissora. Reivindicam a discussão da transição da Rede Minas para a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), a redução da carga horária e a negociação da escala de trabalho. Será a primeira de várias paralisações na emissora pública que continuarão nos anos seguintes.

Restauração do painel ‘A Imprensa’

A artista plástica Yara Tupynambá e sua equipe restauram o painel “A Imprensa – Guerra e Paz”, que ocupa uma parede na sede do SJPMG. O painel, que foi o primeiro pintado pela artista, em 1966, e mostra “a profissão do jornalista, que é levar a notícia para o mundo”, é um dos símbolos da Casa do Jornalista.

Ocupação do ‘predinho’ do Hoje em Dia

No dia 1/6/17, jornalistas, gráficos e empregados na administração do jornal Hoje em Dia dispensados um ano e três meses antes, sem receber seu acerto, ocupam a antiga sede da empresa. Eles denunciam as falcatruas na venda do “predinho”, reveladas na delação da JBS, envolvendo o senador Aécio Neves, e chamam atenção para o calote do jornal. A ocupação, pacífica e apoiada por vários sindicatos de trabalhadores, além do SJPMG, vira notícia internacional e termina com vitória, num acordo com a empresa.

Convênios

O SJPMG amplia sua lista de convênios para beneficiar os jornalistas numa conjuntura econômica cada vez mais difícil, entre eles com a Unimed-BH, que oferece planos vantajosos. Outro convênio é com Fundação Educacional Lucas Machado, mantenedora da Faculdade Ciências Médicas, para prestação de serviços odontológicos nas áreas de prótese e dentística, implantodontia e ortodontia.

Reforma da Casa

Em assembleia realizada em junho de 2018, o SJPMG aprova o projeto de reforma da Casa do Jornalista, que moderniza e amplia o Espaço Cultural, criando a Travessia do Jornalista, e transforma cômodos em lojas para serem alugadas, e que será executada nos meses seguintes.

Greve no Diário do Comércio

Trabalhadores do Diário do Comércio paralisam o trabalho durante uma semana reivindicando o pagamento dos salários atrasados, em dezembro de 2018. A paralisação teve adesão de 100% dos jornalistas e terminou vitoriosa.

Cerceamento a jornalistas na ALMG

O SJPMG denuncia a tentativa da direção da Assembleia Legislativa de Minas Gerais de cercear o trabalho dos jornalistas, ao proibir acesso à antessala do plenário, local tradicional de entrevistas, além de exigir cadastramento prévio dos profissionais, na nova legislatura. A presidência da Casa revê a medida e negocia as mudanças com os jornalistas.

Fica, Inconfidência!

O SJPMG e outras entidades lançam a campanha “Fica, Inconfidência”, contra a intenção do governador Romeu Zema, recém-empossado, de extinguir a rádio pública mineira. A campanha tem grande repercussão social e o governador recua na sua proposta.

Ideias para enfrentar a crise

O SJPMG realiza o curso “Jornalismo e Democracia – ideias para enfrentar a crise”, com aula inaugural dos jornalistas Leonardo Sakamoto e João Paulo. Ao todo, são 15 aulas com jornalistas renomados e experientes que abordam os mais diversos temas de interesse dos profissionais e estudantes para enfrentar a crise da profissão.

Contra a extinção do registro

O SJPMG reúne os jornalistas em assembleia e lidera a luta contra a Medida Provisória 905/2019, que extingue o registro profissional de jornalista e de outras profissões, entre elas a de radialista e a de publicitário. A luta, de âmbito nacional, tem êxito repercute no Congresso e dessa vez o ataque do presidente Bolsonaro aos jornalistas é frustrado.

Trabalho na pandemia

Juntamente com os sindicatos dos Radialistas, dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas e dos Gráficos de Minas Gerais, o SJPMG encaminha ofício aos sindicatos patronais e às empresas jornalísticas com sugestões de medidas para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, bem como de suas famílias, durante a pandemia do coronavírus. É a primeira de uma série de iniciativas do Sindicato para defender e orientar os jornalistas no teletrabalho e nas novas condições de crise sanitária, que inclui as periódicas lives Jornaslitas Ao Vivo, com participação de diretores do SJPMG, jornalistas e convidados.

 

(Fontes: Livro Álvares Cabral, 400 — A Casa da Liberdade, revista Pauta, saite Jornalistas de Minas. Foto: greve histórica no Estado de Minas, em 2015.)

[23/10/20]

 

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