A pandemia mudou as negociações coletivas de trabalho em todo o país no primeiro semestre de 2020. Negociações de reajustes salariais foram adiadas e deram lugar a questões relativas à covid-19.
As informações são do De Olho nas Negociações, novo boletim mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apresenta informações sobre as negociações coletivas no país, usando dados do Sistema Mediador.
A queda no número de registros de negociações salariais ocorre em todas as datas-bases do semestre, mas especialmente em abril (41%) e maio (39%).
A data-base dos jornalistas mineiros é 1º de abril, exatamente o mês em que houve a maior queda.
Em Minas Gerais, as negociações do SJPMG com os patrões, que já foram difíceis nos últimos anos, estão emperradas.
De acordo com o boletim, entre março (quando a pandemia começou a ser tratada pela negociação coletiva no Brasil) e junho foram registrados 7.398 instrumentos coletivos no Mediador.
Diversos documentos analisados incluíram cláusulas que informavam o adiamento das negociações dos reajustes salariais para o pós-pandemia.
Também segundo o boletim, todos os municípios brasileiros estão cobertos por algum instrumento coletivo com cláusulas sobre a covid-19. A proporção de instrumentos coletivos com cláusulas relacionadas à pandemia varia entre 27% e 87%, a depender da cidade, com média de 53%.
No primeiro semestre de 2020, o número de cláusulas relativas a reajustes salariais foi 28% inferior ao negociado no mesmo período de 2019, conforme registrado no Sistema Mediador.
O documento afirma que, como não houve redução no número de registros de instrumentos coletivos no período, a queda no número de reajustes pode ser resultado de mudança do objeto das negociações coletivas, que passaram a focar questões relativas à pandemia da covid-19.
Muitos instrumentos coletivos analisados pelo Dieese abordaram o tema da pandemia nas cláusulas contratuais e diversos documentos incluíram cláusulas que informavam o adiamento das negociações dos reajustes salariais para o pós-pandemia.
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(Com informações do Dieese.)
[20/8/20]